O sol estava à pino nesta terça, 09, quando a policia militar recebeu a informação de que uma execução por desacerto de drogas estava prestes a acontecer nas margens do Rio Mandu, próximo a Avenida Dique II. Os primeiros policiais que seguiram para o local para checar a informação foram o sargento Henrique o seu fiel pupilo soldado Everton. Não viram iminência de assassinato, mas avistaram dois guampudos com pinta de somongós se afastando de um campinho de futebol em direção ao aterro da avenida – Aquela que foi construída igual o nariz! – Um deles levava nas mãos uma sacola com um pequeno, mas valioso volume.
Ao perceber a aproximação da Arca de Noé, os guampudos se separaram na tentativa de despistar os policiais. Um voltou para o bairro. O outro seguiu até o aterro e tentou desesperadamente, igual um tatu, tapar um buraco à margem da polemica via! Surpreendido com a mão na massa – não a asfáltica usada na esburacada avenida, mas a massa composta de sobra de cocaína, detergente, bicarbonato de sódio e outras porcarias que até hoje, por falta de batismo oficial, levam o nome de CRACK! E uma bela quantidade! Oito cavacos médios, quatro cavacos grandes e um cavaco pequeno de pedra bege fedorenta, pesando cerca de um quilo da devastadora droga que vem destruindo viciados e minando as bases de milhares de famílias país afora! Nas imediações dos buracos da Dique II, os policiais encontraram ainda mais de noventa barangas de farinha do capeta acondicionadas em ‘ependorfis’, prontas para o comercio.
Sem conseguir tapar os buracos da Avenida Dique II com as pedras de crack, Sandro Henrique Faria, deu o braço a torcer.
– Cada cavaco médio desses eu vendo por R$ 700. Os maiores eu vendo por R$ 1.300.
Na DP, no entanto, Gu jurou de pés juntos que a droga enterrada no balde no aterro da Dique II não lhe pertence! E justificou com originalidade sua presença na margem da via…
– Eu estava lá ‘soltando pipa’… – disse ele. Sem ficar vermelho!
Sandro Henrique Faria, o GU, 24, é figurinha fácil no álbum da policia. Ele foi integrante da quadrilha da “Rainha Mara”. Após investigação da PC, ele foi preso preventivamente em setembro de 2010. Processado por trafico e associação para o trafico – artigos 33 e 35 da Lei antidrogas – ele foi condenado a 9 anos e 4 meses de cana em 2012. – Mara tomou 34. No final de 2014 Gu recebeu o beneficio da prisão albergue e desde então só volta ao Hotel do Juquinha para dormir. Tem o dia todo para soltar pipas e tapar buracos com pedras – beges fedorentas – na Dique II!
A pipa embicou no buraco…!