O primeiro indigente no Rio Sapucaí

Quando chegamos para o ultimo estagio antes da posse e de receber a carteira de policia, o perito Tiãozinho já estava na porta da DP com o Fiat 147 ligado esperando o colega Jadir…

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– Nós vamos recolher um ‘presunto’ perto de Bela Vista! Querem ir com a gente! – Perguntou Tiãozinho, com o bom humor de sempre.

E lá fomos nós pela Fernão Dias… Tiãozinho ao volante e o obeso Jadir e seu imenso bigode e uma tremenda cara de ressaca, com o braço apoiado na janela do Fiat, relembrando seus casos engraçados, sem abrir o sorriso. Aliás, Tiãozinho e Jadir, um ao lado do outro eram os opostos… Tiãozinho – só no nome! – era alto, forte, atlético boa pinta, conversava sorrindo! Apesar de inteligente e muito competente no que fazia, há muito parara de estudar. Estava satisfeito com o cargo de perito ‘ad-hoc’ que ocupava – pois era detetive por formação – e se aposentaria em poucos anos. Jadir era gordo, atarracado, barriga saliente… Seu bigode quase fazendo chifrinho daria para fazer sua própria peruca se ele fosse careca! Trazia no rosto uma expressão sempre séria, de ressaca! Contava piadas sem dar risadas. Tinha fama de ser um dos peritos mais ‘científicos’ e competentes da policia civil na época. Mulhereeeeengo que só ele! Era perito, fez Direito e se tornou delegado. Seu casal de filhos seguiu seus passos. A filha se tornou perita e o filho delegado!

O plantão era do Jadir, mas Tiãozinho, solteirão, prestes a se aposentar, morando no ‘canil’ da Delegacia, sem um passarinho sequer para tratar, não tinha nada melhor para fazer. Seu único compromisso naquele sábado ensolarado e quente era abraçar umas loiras… geladas, acariciar Severina do Popote para abrir o apetite e almoçar. Não importava onde! O importante era a companhia! O amigo Jadir – amizade daquelas de entrar em casa e ir direto pra cozinha fazer comida na casa um do outro, coisa cada vez mais rara entre policiais hoje em dia – certamente era ótima companhia! Aliás, eles já tinham um compromisso, que o leitor verá adiante! Atrás de nós seguia a Kombi fúnebre da funerária, salvo engano, N.S.Aparecida!

Logo que passamos o trevinho de São Sebastião da Bela Vista, na ultima saída antes do Porto São João, um pescador nos esperava…

Para continuar lendo esta historia, acesse “www.meninosquevicrescer.com.br”.

 

 

25 thoughts on “O primeiro indigente no Rio Sapucaí

    • Obrigado Luciano… Tenho outras neste estilo. Quando voce ler “Peixinho… e eu”, “Monteiro e os quase 40 ladrões do Bagdá”, “Celso e o dia em que fumei maconha” e tantas outras, certamente voce vai gostar!
      Abraços.

  1. “Seu”Chips, muito boa essa matéria, aliás, em se tratando de cronista policial não tem pra vc!!!
    Fiquei “jururu” depois que li o post 2000. Mas cada um precisa seguir o rumo que julgar melhor! Tomara que vc continue nos jornais ou no radio (que saudade da parceria Chips -Hilario Coutinho na Difusora de PA) e, quem sabe, escreva um livro para nós fãs!
    Feliz 2014 pra vc e sua familia

  2. Amigo Chips,

    Moro em Santa Rita mas sou da Grande São Sebastião da Bela Vista. O prefeito, se careca, era o nosso saudoso João Teodoro, o Joãozinho.

    Abraços e feliz 2014!!!

  3. Muito boa história! Eu pude “quase” sentir o cheiro! Ainda bem que não estava lá, hehehe.(e dizer que um dia sonhei em ser policial, que coisa!)

  4. Chips tudo bem? Espero que sim!

    Já que em 2014 o blog vai tomar outro rumo, continue nos contando então suas aventuras quando o senhor estava na ativa, esta foi muito boa e fatos como estes não dão polemicas, continue assim.

    Um abraço forte!

  5. Boa tarde, chips,

    Dimais esses posts seus, como disseram, posta mais, muito bacana.

    Outra coisa, foi preso em srs um empresário acusado de abuso da própria filha e que foi denunciado por ela, foram encaminhado para o plantão de PA este FDS, posta pra nós essa história?

    abs e parabéns.

    SRS

  6. Policiais “Coxinha”” comendo de graça era prática comum do século passado? Faz me rir. O apelido de Coxinha é justamente por isso. Até hoje quando precisar de um policial é só ir na padaria mais próxima, tô mentindo? Kkkkkkkkkk

  7. Carrissimo Chips, em primeiro lugar gotaria de parabeliza-lo por suas materias, são ótimas, pena que aqui em Mogi Gauçu onde reside, não temos jornalistas tão bons quanto o Sr., quanto ao mandi no final da história sera que ele também não deu uma bicadinha no negão, kkkkkkkkk, abraços.

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