Resposta ao leitor David Robert…

Olá David,

Beijo nascido e criado em um bueiro na esquina da Rua João Basilio com Mal. Deodoro: Eis a prova de que é possível viver no esgoto bueiro sem se sujar...!

Beijo nascido e criado em um bueiro na esquina da Rua João Basilio com Mal. Deodoro: Eis a prova de que é possível viver no esgoto bueiro sem se sujar…!

“No Hotel do Juquinha rola de tudo e todos nós agentes sabemos de tudo… lá vive entrando drogas… afinal os próprios agentes levam… os presos acessam até facebook…”
Isso não é novidade. Por dificuldade de combater tal pratica, por ineficiência de seus agentes, por frouxidão de uns e desonestidade de outros! Sempre entrou e pelas suas palavras continuará entrando mesmo depois desta reportagem e deste comentário.

         Eu não penso que seja “tudo maravilha”…! Conheço de cor e salteado o sistema prisional para saber que ali reina a maldade e a desonestidade. – Aliás, a edição 2335 de Veja, 21 de agosto, trás importante entrevista com o psicólogo americano Philip Zimbardo, na qual ele fala da relação preso/carcereiro. Recomendo a todos – Mas há aqueles que fazem alguma coisa para mudar isso, embora seja uma tarefa hercúlea e ingrata.

        Quanto aos agentes que levam drogas e outras coisas ilícitas para os presos, deveriam ser denunciados por agentes honestos como você! Eles deveriam passar para o ladro de dentro das celas, junto com seus comparsas!

       Caro David, em 27 anos como policial e outros tantos como subordinado em empresas privadas, eu sempre cumpri meu dever e soube impor meu ponto de vista, sem puxar saco de ninguém. Não seria agora, sentado na sombra de um Ficus na cadeira de balanço, tendo que prestar contas dos meus atos apenas à minha consciência, que eu puxaria saco de alguém! A aludida reportagem tem por único objetivo mostrar à sociedade um pouco da vida de um presídio – Você contribuiu mostrando um pouco do perfil dos que trabalham lá!

      Transformar o Hotel do Juquinha ou qualquer outro presídio em paraíso, onde tudo corre às mil maravilhas, só com milagre divino…! Willian, Sergio, Alexandre e seus agentes não são capazes deste milagre. Mas o diretor Wiliam Abrete marcou um gol… Ele abriu a porta, coisa que os anteriores não tiveram coragem.

       Quanto à sua pergunta final… Não! Não acho. Dentre os marginais irrecuperáveis – que são a maioria – há também alguns que, se forem tratados como gente, poderão voltar a ser gente.
E quanto aos agentes que “vivem no meio desta bosta” – como você diz – há um grande equivoco seu! É perfeitamente possível atravessar um chiqueiro e sair completamente limpo do outro lado… Basta trazer na cara um selo adquirido no berço chamado… “caráter”!

      Abraços.

0 thoughts on “Resposta ao leitor David Robert…

  1. Parabéns Airton! O penúltimo paragráfo seu serve pra mtos racicionarem. Todos nós erramos e temos o direito de mudanças. e os principais responsáveis por isso deve ser os familiares. Estes sim, devem sempre estar na frente perseverando e acima de tudo ser perseverantes e ter fé em Deus. Conheço pessoas que saíram de lá e mudaram. então esse David ai deve rever o paragráfo onde vc faz o questionamento e ele trabalha lá ou tem algum familiar lá faça a parte dele pra mais tarde ele ter a consciência tranquila e colocar a cabeça no travesseiro de consciência limpa e fale “fiz minha parte, ou melhor, eu fiz a diferença”.

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