“Tiozinho” é preso tentando trabalhar…!

       O fato aconteceu ao pé da manhã desta sexta quando ele foi tirar Antecedentes Criminais no posto da UAI em Pouso Alegre.

Jose Ilton: - Mas eu fiz tudo que o Juiz mandou!!!

Jose Ilton: – Mas eu fiz tudo que o Juiz mandou!!!

       O fato na verdade é corriqueiro. Já serviu para tirar dezenas de meliantes de circulação.  O sujeito procura o setor de identificação para fazer novo documento exigido para contrato de trabalho e acaba indo se hospedar no Hotel do Juquinha, por que estava ‘pedido’ pela justiça e ele nem sabia. Alguns querem mesmo é mudar de nome para ficar limpo, mas a maioria já cumpriu sua pena e ‘esqueceu’  de juntar o comprovante no processo!

        O caso do cidadão Jose Ilton da Rocha, 54 anos, natural de São Gonçalo do Sapucaí não foge à regra. Ele foi condenado pela Justiça daquela Comarca em 2001 por violência domestica.

– Mas eu cumpri a determinação do Juiz! Ele me mandou pagar cesta básica e prestar serviços comunitários… – Disse o humilde cidadão ao ser preso.

        Jose Ilton está morando atualmente no bairro Belo Horizonte em Pouso Alegre. Esta semana ele conseguiu um emprego para trabalhar de servente na reforma do posto de saúde daquele bairro. Quando chegou no UAI para pegar o Atestado de Antecedentes Criminais, recebeu a triste noticia…!

– Eu juro que paguei o que o Juiz mandou – disse ele com os olhos nadando…!

        E pode ter pago mesmo. Mas na sua simplicidade e na falta de assistência jurídica, deve ter esquecido de juntar aos autos do processo os comprovantes de que cumpriu a determinação do Homem da Capa Preta. Se o documento não está nos autos o Juiz não pode adivinhar que ele cumpriu a pena imposta, portanto ele é considerado fugitivo e tem seu nome lançado no rol dos procurados. Como se trata de um “cidadão desprovido de recursos”, me perdoe o termo; “um Zé Ninguém”, não apareceu nenhum causídico para impetrar seu ‘habeas corpus’. Até o final da tarde ele continuava no mal-cheiroso ‘corró’ da delegacia regional à espera de um milagre para libertá-lo…!

“MENINOS QUE VI CRESCER” – A historia de Robertinho…

… Ele foi ao inferno e voltou apenas chamuscado!

        Roberto Carlos de Freitas tinha 28 anos quando viu sua vida virar pelo avesso em questão de poucas horas. Como fazia quase habitualmente, ele pegou as crianças na porta da casa dos avós delas e seguiram para a creche. Naquele dia porém, tomaram outro rumo. Poucas horas depois os irmãozinhos T.M. e  M.R.M. de 7 e 9 anos estavam mortos, jogados numa lagoa do rio cortado, próximo da Av. Airton Sena. Na sexta feira à noite Roberto Carlos, cozinheiro profissional, morador do velho Aterrado, sem passagens pela policia, conheceria o inferno e seus diabos… o velho hotel da Silvestre Ferraz!

O velho e mal- assombrado Hotel da Silvestre Ferraz ...

O velho e mal- assombrado Hotel da Silvestre Ferraz …

        Robertinho, como já era chamado, não era propriamente um religioso ou pelos menos não recorria com freqüência a santos e anjos para aliviar suas angustias e medos. Naquela noite, no entanto, foi necessário chamar por todos eles de uma só vez e parece que todos estavam de plantão para cuidar apenas dele. Só isso explicaria como ele sobreviveu para contar sua historia. Matar com requintes de crueldade, duas crianças indefesas, abusando de sua amizade para atraí-las para o local deserto da execução, exigia um batalhão de anjos para protegê-lo dos “leões” sedentos de sangue hospedados no velho hotel, a maioria, moradores do mesmo bairro! Muitos amigos e parentes das pequenas vitimas! Muitos deles protagonistas de crimes ainda mais tenebrosos! Porém, pimenta nos olhos dos outros não arde…

       Seu parceiro no horrendo crime, Jose Astezio Vieira, não teve a mesma sorte. Ele passou pelo mesmo caminho de Robertinho e foi se hospedar no mesmo hotel. Mas viveu menos de 40 minutos. Recebeu tantos socos e pontapés que seu corpo parecia ter sido atropelado por uma manada de nelores fugindo da seca no Pantanal. Quando foi levado para o pronto socorro, apenas para ‘cumprir tabela’, já estava morto. Além dos incontáveis socos que recebeu, ele engoliu tudo que não tinha utilidade na cela, inclusive cerca de 20 bitucas de cigarro, segundo colegas que acompanharam sua necropsia no dia seguinte. Mas não engoliu ‘de boa’ não. Ao entrar na cela por volta de oito da noite, Astezio encarou os 15 presos, bateu no peito e disse:

– Eu tenho parte com o diabo… Nenhum de vocês pode comigo!

        Era a pura verdade. ‘Nenhum’ dos quinze poderia com ele… Mas os ‘quinze’ de uma vez puderam! Sua morte talvez tenha acalmado a fúria sanguinária dos demais hóspedes do velho hotel. No entanto, matou também a única chance de Robertinho provar sua inocência. Aliás, ao sentar-se ao piano, Jose Astezio Vieira, 31 anos, afirmou categoricamente que Roberto Carlos fora o tempo todo conivente e participara da morte e ocultação dos cadáveres dos…

 

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