Você conhece essas pessoas!

Tem certeza?

Você nunca comprou um bilhete premiado deste casal?

Claudio da Silva Lima 63 anos e Kathleen Natalie Haufe, 41, queriam mudar de nome! Ele queria chamar-se Claudio Junqueira Franco e remoçar 9 anos. Ela iria se chamar Katheleen Zimerman e manteria a idade.

Mas para quê mudar de nome?

Livrar-se de dividas pendentes, segundo eles!

– Estamos com o nome sujo na praça… – disseram com simplicidade.

Como se isso já não fosse suficientemente imoral, eles poderiam muito mais! Eles não queriam apenas se livrar de dividas… Eles queriam contrair novas dividas… Para você pagar.

O casal, cujo único elo que os une é a mesma vontade de cometer o crime, foi preso no meio da tarde desta segunda, 26 na UAI-Unidade de Atendimento Integrado, na rua Com Jose Garcia em Pouso Alegre – foi o terceiro caso nos últimos dois meses e um deles suicidou dopois de ter siso preso no final de setembro, lembra? – tentando fazer identidade falsa.

O funcionário do setor de identificação, que não dorme com os olhos dos outros, é mineiro uai! estranhou as certidões de nascimento apresentadas pelo casal e acionou a policia civil.

Claudio da Silva Lima que queria chamar-se Claudio Junqueira Franco apresentou certidão de nascimento como nativo de Capelinha, norte de Minas, datada de 2005. Katheleen que queria se tornar senhorita “Zimerman” exibiu C.N. do Cartório de Registro Civil de Pouso Alegre, datada também de 2005… Tao falsas quanto loira secretaria de executivo. Segundo os falsários, eles compraram tais documentos de um cidadão paulistano conhecido por Ariovaldo, cujo encontro foi marcado numa esquina em Pouso Alegre, por R$ 4 mil reais. Ari os acompanhou até o posto do UAI para ver se sua “obra” ‘passaria batido’. Quando percebeu que o navio ia afundar, fez o que todo rato faz… vazou em silencio, sem ser percebido.

Durante a abordagem dos detetives, Katheleen que apesar de loira, cabelos cheios e robusta, não é a ‘Turner’, disse que é aeromoça. Claudio foi bem original e incisivo; disse que era Auditor Fiscal da Fazenda. Diante da insistência do detetive Prado para acompanhá-lo, fez cara feia e chegou a ficar vexado;

– Agora você está me ofendendo! Com quem pensa que está falando… – Levantou-se bravo!

… Com estelionatário de fino trato – deve ter pensado o detetive Prado com os olhos arregalados de ‘meda’…!

Além do crime de falsificação de documento capitulado no artigo 304 do CP, a policia não sabe exatamente quais outros a dupla paulistana pretendia colocar em pratica com os novos documentos caso tivesse conseguido imprimir as identidades falsas. Desconfia-se que sejam vendedores de “bilhetes” corridos, possivelmente um dos  famosos casais “Simplorio & Finória” que rodam o Brasil aplicando o “Conto do Vigário”.

Mas a intenção parece ser bem mais audaciosa. Em ‘off’, o ‘auditor de araque’ e ex-futuro Claudio Juqueira Franco deixou escapar para o delegado Bruno Lopes que, “em casos assim, usa-se a nova identidade para fazer emprestimos bancários ou em financeiras”.

– Conheço um caso em que pegaram o documento de uma senhora que recebia pensão de R$ 44 mil mensais, fizeram um empréstimo no nome dela, cuja prestação era de R$ 12 mil por mês… – Contou ele, sem ficar vermelho e sem dar nome aos bois!

A dupla que alegou falsifcar os documentos apenas para livrar-se de dividas pendentes, parece ter mais cartas na manga. Avisado de sua prisão, como manda a Constituição, um cidadão veio de São Paulo a Pouso Alegre em sessenta minutos, dizendo-se namorado e advogado da “aeromoça”!  Mas não conseguiu resgatá-la. Kathleen Natalie Haufe e Claudio da Silva Lima foram se hospedar no Hotel do Juquinha.

Por ora você pode andar tranquilamente pelas ruas da cidade sem medo de achar cheques ou bilhetes premiados…