Fim de tarde de sexta feira, 24, depois do trabalho… É hora de happy hour, afinal ninguém é de ferro… A não ser o fusquinha 67 branco do ‘seu’ Zezé !!!
Jose Borges Lemes Filho, 63 anos, o ‘seu Zezé’, morador do bairro Fernandes em Santa Rita do Sapucaí, encerrou o trabalho, montou seu velho fusquinha e foi para o primeiro boteco que encontrou. Lá pelas tantas, depois de amassar varias loiras geladas, foi ao bairro Recanto das Margaridas levar a namorada em casa. Levou também o colega de copo Jesimar de Oliveira Reis para fazer companhia.
O senhor Vladmir Pereira Ribeiro, morador do bairro Pedro Sancho Vilela, estava ansioso em casa, pois seu filho imberbe estava doente e estava internado no hospital. De repente recebeu um telefonema; seu filho estava bem e havia recebido alta hospitalar. Feliz da vida pegou seu Ford KA e foi com a esposa Valeria buscar o filho no hospital.
Quando estava chegando em casa, eis que de repente surge rua abaixo um fusca velho, como se não tivesse ninguém ao volante. Tinha. Tinha sim. O motorista era “seu Zezé” e o amigo Jesimar, cada um mais mamado que o outro. Vladmir só teve tempo de desviar bruscamente o volante e subir no passeio para desviar do fusquinha desgovernado… Ainda assim foi abalroado na lateral. Com o coração saindo pela boca, de susto, preocupado com o filho convalescente, Vladmir manobrou e saiu atrás do fusca para anotar sua placa ao mesmo tempo em que a esposa ligava para a Policia.
O fusquinha desgovernado foi ‘barrado no baile’ na esquina da Frederico de Paula Cunha com Osvaldo Campos do Amaral.
– Hã, seu guarda!? Porque parou?? Já cheguei em casa?? Perguntou Zezé com a fala mole e o terrível bafo de jibóia!
– O senhor bateu em um carro lá no Recanto das Margaridas. Desça do carro…
– Bati não seu guarda! Não tinha carro nenhum lá, não… Tinha Jesimar??
-Aquela trepidação que a gente sentiu, acho que foi uma batida, lembra Zezé? – Conjecturou o amigo de copo.
– Eu lembro… daquela vibração no volante…! Será que foi batida, então…?
Fora. Fora batida sim. Aconteceu apenas uma ‘vibração’ no volante, porque Vladmir estava atento, havia rezado muito pela saúde do filho e estava cercado de anjos. Por isso teve tempo de desviar do choque frontal. Caso contrario voltariam, todos, para o hospital… se tivessem sorte!
Alem da sobriedade indispensável para conduzir veiculo automotor pelas ruas da cidade, ‘seu Zezé’ não tinha também carteira de motorista!!! Nada que um salário mínimo de fiança não possa resolver.
Ah, os estragos no Ford KA? Não se preocupe Sr. Vladmir… o ‘seu Zezé’ pagará o estrago. Ele é ‘gente boa’! Só havia dado uns amassos na loira gelada na “hora feliz”, sem levar o motorista da rodada para ‘governar’ o fusquinha. Mas é gente boa!
Acidentes e fatalidades acontecem…!
Imprudência e negligencia com gente boa, também…!!!