Se o leitor pensa que trololós, forrobodós e ‘barracos’ são coisas de casais de jovens inexperientes e sem juízo, estão redondamente enganados. Embriagues, violência e destempero andam juntas e não tem idade.

Há vinte anos o cidadão Bento José de Souza, honesto, trabalhador e amante da Kátia…ça, vive com a recatada senhora Iracema Ambrosina  de Souza Barbosa, no Sertão da Bernardina, em Borda da Mata. Apesar da idade madura de ambos – ele tem 54 ela 64 anos – vivem entre tapas & beijos. Iracema, que não é a virgem dos lábios de mel, já perdeu a conta de quantas surras já recebeu do companheiro ao longo destes vinte anos.

Ontem ele chegou em casa ao pé da noite amarrado no pé de cana, exalando o tremendo bafo de jiboia e mesmo na presença dos parentes e amigos, desfiou o rosário de impropérios e ameaças.

– Vagabunda, vou te matar! De hoje você não escapa…!! – Foram as palavras mais carinhosas que ele disse antes de descer-lhe o borralho.

João Donizetti Barbosa tentou defender Iracema e também entrou na manguara. A policia foi chamada e desceram todos para DP de Pouso Alegre. O furioso Bento, que se banhara na ‘agua benta’, aquela que passarinho não bebe, sentou ao piano e assinou o 129. Como nao tinha R$ 2 mil reais na algibeira para pagar a fiança, foi curar a ressaca no Hotel do Juquinha.