Garotos põe fogo na cadeia…. morrem queimados

         Durante a entrevista que concedeu-me no ultimo sabado em sua residencia, a esposa do “Anselmo da Gata” de Camanducaia, chorou os 20 minutos. Chorou ao saber que eu tivera contatos com o marido dela, chorou porque e portadora de cancer de tireoide e teria que criar os dois filhos imberbes sozinha, chorou porque sua casa fora virada de cabeça para baixo pelos policiais à procura de objetos roubados, mas chorou copiosamente ao pensar no marido sozinho, abandonado, com fome, com frio e talvez maltratado pelos companheiros de cela ou pelos policiais… E tem sido assim ao longo dos tempos.

       O preso e seus parentes se enchem de direitos quando se vem atras das grades. Mal a tranca se fecha eles ja invocam os direitos à cama, comida roupa lavada, banho de sol, visita de familiares, visita intima, direito de vender e usar maconha, de fazer buracos nas paredes para fugir, direito a atendimento medico hospitalar, direito a sorrisos e quaisquer outros direitos tortos. Ainda que tenham infringido uma pagina inteira de crimes previstos no codigo penal, violando todo e qualquer direito do cidadão honesto e trabalhador, eles se acham titulares de todos os direitos do mundo e se não forem atendidos naquele momento, gritam, berram, esperneiam e põe fogo no barraco… literalmente.

       Na pequenina Alpinopolis na região dos Lagos, nove delinquentes juvenis ficaram semanas custodiados todos numa mesma cela. No sabado um deles completou 18 anos. O ECA diz que os menores tem direito a celas separadas dos ‘adultos’. Os garotos portanto, resolveram exigir seus direito no grito. Na manhã de domingo, como o delinquente de 18 anos e 1 dia continuava entre eles, se revoltaram e colocaram fogo na cela. Tiveram sorte. Os agentes agiram rapido e conseguiram abrir a cela antes que eles virassem churrasquinho de delinquentes. É assim que meliantes exigem e fazem  justiça…

       Em 99 quatro garotos numa situação semelhante, na cadeia de Monte Sião também exigiram seus direitos a ferro e fogo. Mas esqueceram da ‘logistica’ do predio… A cela em que estavam ficava no final do corredor e a fumaça dos colchoes e de uma infinidade de trecos que existe em toda cela invadiu os corredores de dentro para fora, impedindo a entrada do socorro. Quando o carcereiro conseguiu chegar à boca do inferno, tres deles haviam virado tição… O quarto conseguiu sobreviver tres semanas com queimaduras de terceiro grau no hospital João XXIII, em BH, apenas para concluir tardiamente que pimenta nos olhos dos outros ‘também’ arde, sim senhor… O tiro saiu pela culatra.

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