Inteligência corta comunicação com Hotel do Juquinha

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O hospede do Hotel do Juquinha, Giovane Naves Tavares não é o único a ficar sem comunicação com o mundo externo no momento. Outros dezesseis presos ficaram falando com as paredes. É que os aparelhos que foram deixados nos ‘arredores’ do presidio, foram interceptados pelos agentes. Na quarta feira, 26, os agentes do Setor de Inteligência do presidio captaram uma informação dando conta de que naquela noite os presos receberiam uma grande leva de aparelhos celulares. O diretor de Segurança, Alexandre Gomes Alves então distribuiu seus homens estrategicamente nas cercanias do estabelecimento prisional e ficaram atentos para a chamada dos aparelhinhos. A encomenda não chegou ao seu destino, mas ficou à disposição, no pátio externo do presidio, entre uma cerca de alambrado e outra. Na manhã desta quinta a primeira providencia da chefia de segurança foi ‘varrer’ as imediações. Lá estavam os aparelhos e parte dos respectivos carregadores; dois pequenos embrulhos continham dois aparelhos cada, e um maior, protegido por espuma, continha 12 aparelhos celulares! Para ter certeza de que nenhum chegara ao seu destino, o diretor Alexandre determinou a  varredura de todo o Pavilhão II do ‘hotel’. No apartamento do hospede Giovane Naves Tavares foi encontrado um aparelhinho. Ele assumiu a paternidade do aparelho ‘penetra’ mas não disse quem o enviou e nem quando recebeu.

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A comunicação do encarcerado com o mundo externo serve entre outras coisas, para mantê-lo informado sobre os passos da policia. Mas serve principalmente para comandar o trafico de drogas de dentro dos presídios, além de ordenar execução de desafetos – inclusive policiais – e outras desordens. Apesar disso, portar aparelho celular no interior do presidio não é crime. O preso que for pilhado nesta situação incorre em “falta disciplinar grave” e sofrerá as seguintes sanções disciplinares, apenas;

– Perda da visita de familiares durante 30 dias e

– Perda do banho de sol por 30 dias

E poderá também, a critério do Juiz da Execução Penal, perder alguns benefícios processuais tais como saidinhas de 7 dias – Dia das Maes, Dia dos Pais, Dia da Criança, Natal, etc. e atrasar a progressão dos regimes prisionais.

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Giovane Naves Tavares, o hospede que assumiu  a ‘paternidade’ do celular encontrado em sua cela, está recolhido ao Hotel do Juquinha desde o dia 29-11-2013, por crime de ameaça com ‘tempero’ da Lei Maria da Penha. Para o diretor Alexandre, o aparelho apreendido na cela deve ser de outro…

– Giovane é pé de couve, deve ser apenas o ‘laranja’…!

Laranja, mixirica ou limão, o fato é que sua estadia no Hotel do Juquinha azedou!!! A direção do ‘hotel’ quer saber agora quem se embrenhou no matagal na calada da noite para fazer a entrega dos dezesseis celulares que foram ‘barrados’ no alambrado e principalmente, a quais presos eles se destinavam!

 

Esta foi a primeira apreensão digamos, vultosa, neste ano. Em 2013 foram 70 celulares e carregadores. Trinta só no fim do ano.

– Enquanto você é uma cabeça pensante tentando evitar a entrada de objetos e drogas no presidio, nós somos 630 pensando em como burlar essa vigilância – Teria dito um preso ao diretor dias atrás!

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É verdade. Mas no momento o placar está favorável à direção do Hotel do Juquinha…!

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