O cidadão Saulo Florêncio de Souza, 29 anos, está hospedado no Hotel do Juquinha desde a manhã desta quinta. Para conseguir a hospedagem gratuita ele precisou de uma tesoura, um espeto de churrasco, uma pedra bege fedorenta e muito espalhafato com os familiares.
O forrobodó começou as três e meia da manhã com sua mulher Vanilza. Ao chegar em casa chapado pelo crack, querendo comida quente e chamego, como de habito, Saulo desceu o borralho na esposa. Com a cara cheia de hematomas e com medo de apanhar mais ou de morrer nas garras do gavião, ela recolheu-se ao seu canto e foi chorar sozinha sua triste sina.
Dona Maria de Fátima, mãe do moço e os irmãos Sildete e Silverio, no entanto, chamaram o brutamontes na chincha. Ao ser repreendido pela família toda, Saulo Florêncio, que não é flor que se cheire, agarrou a tesoura e o espeto e ameaçou fazer churrasquinho dos familiares.
Os homens da lei foram chamados e conduziram o valentão chapado para a delegacia regional de Pouso Alegre, onde ele sentou-se ao piano do delegado Waldir Pelarico, de Ouro Fino.
Para que ele fosse preso e enquadrado na Lei Maria da Penha era necessário que as vitimas representassem contra ele. A esposa e os dois irmãos, com medo de represálias, perdoaram e recuaram, mas com a matriarca da família, dona Maria de Fátima, não teve perdão. Ela estufou o peito, assinou embaixo e mandou o filho para o xilindró… Pelo menos por uns três meses ficarão livres do nóia violento.