Andrezinho – saiu da – “Sombra” e disse que matou para não morrer…

       Três dias depois de matar o primo e desafeto Rodolfo Ronivaldo Correia com 10 tiros de pistola na porta de sua casa, o assassino se apresentou ao delegado de crimes contra a vida e disse que vinha sendo ameaçado por ele.

        Quatro e meia da manhã de densa cerração nas proximidades da Danceteria Texas Country no final da Perimetral no dia 01 de junho do corrente. De repente, o leve burburinho de pessoas cansadas da noitada foi cortado por vários estampidos. O detetive Teobaldo, que estava no local, não teve duvidas: eram disparos de arma de fogo. Correu na direção dos tiros… Para o baleado Clovis da Marques já não havia remédio! Sua tarefa agora era localizar e prender o atirador que se misturara na neblina e na multidão.

        Às dez da manha daquele sábado, o matador da danceteria Texas foi apresentado às reluzentes pulseiras de prata da lei. Seis horas depois de matar o traficante Clovinho na saída da danceteria, o ‘dimenor’ alcunhado “Gui” assumiu a autoria do homicídio! Estava esclarecido o 6º assassinato do ano na cidade.

        Será?

        O mesmo detetive e seus parceiros da Especializada de Crimes Contra a Vida apuraram dias depois, que Gui fora apenas o instrumento da execução do traficante. Os mandantes estavam no local do crime, inclusive um deles dera um tapa no rosto da vitima para iniciar a confusão e encobrir a autoria! A ultima mão que acariciou o rosto de Clovinho antes dele receber os balaços de Gui, pertencem, ou melhor, pertenciam a Rodolfo Ronivaldo Correia.

        Uma semana depois Boy provou do próprio veneno ao sair de uma igreja pero de sua casa. Os assassinos passaram de moto e erraram a pontaria. Apenas uma bala atingiu Boy de raspão.

        No final da tarde deste sábado 17, Boy não teve tanta sorte. Depois de conversar com o algoz no portão de sua casa, como dois amigos, ele recebeu toda a descarga de um pente de pistola 7,65. Dez balas se cravaram em seu corpo antes que ele pudesse se abrigar em casa.

       André Luz Silva Marques, 32 anos, irmão de “Clovinho” morto no dia 1º de junho, contou ao delegado Gilson Baldassari na manhã desta, terça, 20, que vinha recebendo ameaças de Rodolfo Boy, por isso foi à sua casa e o matou para não ser ‘matado’!

        A policia civil, que conhece bem as entranhas do crime no velho Aterrado, acha que essa historia ainda tem muitos capítulos para ser contados.

        Segundo detetives, Andrezinho “Sombra” como é conhecido no submundo do crime, é um meliante à moda antiga. Tranqüilo, sereno, respeitador de policia, silencioso… Parecido com seu apelido! Só não tem muita intimidade com a lei… Já infringiu pelo menos quatro dos seus artigos: o 155, 157, 180, e 0 33.

       Antes de descarregar a pistola no costado do primo Rodolfo Boy, Sombra conversou amenidades longamente com a esposa e os filhos. Ouviu musica, lavou o carro… De repente pegou a chave do carro e disse à mulher:

– Vou ‘ali’, já volto…!

        Não voltou! Precisava fugir do flagrante. Esperar a poeira baixar para se apresentar à Policia.

         À menos que o homem da capa preta entenda diferente, “Sombra” continuará na ‘sombra’ até o julgamento pelo 7º homicídio do ano em 2013.