Passavam o delegado Renato Gavião e seus pupilos Teobaldo e Andre fazendo reconhecimento de “biqueiras” pelo velho Aterrado, no apagar das luzes desta segunda chuvosa, quando de repente se viram na frente da casa de Rosangela Modesto, vulgarmente conhecida por Tia Rosa e Antonio Carlos da Silva, o Ferpa! Defronte a casa estava também o cidadão Marcos da Rocha, com o propósito de comprar pedras…

Antonio Carlos “Ferpa” da Silva, o vendedor de ‘leitoa’ por dez reais…

       Ao reconhecer os detetives no interior da viatura descaracterizada, Marcos Rocha – que embora esteja envolvido com crack, não é o crack da lateral do galo – fez o clássico sinal com os dedos dobrados no peito e verbalizou o gesto:

– “Moiô”, “moiô”…  – numa aluzão, ‘disfarça que sujou’!

       Em seguida travou caloroso diálogo com Ferpa no seguinte tom;

-… Então Ferpa, eu vim comprar a leitoa do seu irmão…!

       A encenação toda aconteceu na porta da casa de Tia Rosa, conhecida traficante de drogas no bairro, recém egressa do Hotel do Juquinha. Diante das circunstancias os policiais resolveram então entrar na negociação ‘suína’ do nóia Marcos Rocha e Ferpa, amasio de Tia Rosa e entraram no seu quintal à procura da tal leitoa… Num canto do quintal desenterraram a fedorenta! Fedorenta mesmo! Vinte e uma pedras de crack dentro de uma caixa vazia de leite! E desceram todos para a delegacia de policia.

       Ao sentar ao piano, Ferpa e Tia Rosa, continuaram falando porcarias, desculpe, de porcos. Até o nóia Marcos Rocha continuou insistindo que fora à casa do casal comprar uma leitoa do seu vizinho… Por R$ 10 reais!

       Antonio Carlos “Ferpa” da Silva, 45, até então ficha limpa e Rosangela “Tia Rosa” Modesto, 45, que saiu da cadeia no dia 18 de junho, assinaram o 33 e foram com a mesma pulseira de prata para o Hotel de Juquinha.

      Marcos Rocha, como ainda não havia fechado o negocio da leitoa, passou batido…!