A faxineira Maria Aparecida de Souza Brito, 43 anos, voltava do trabalho no final da noite desta segunda 13, em Cambuí, quando viu-se na iminência do clássico assalto. De repente o moço mulato, estatura mediana que vinha em sentido contrario, atravessou a rua escura, se aproximou e deu a clássica ordem de gelar a espinha;
-Não grite… Eu só quero o celular e o dim-dim!
Mas Maria Aparecida, talvez por não acreditar nas singelas intenções do assaltante, talvez para preservar seu singelo patrimônio, desobedeceu a ordem da macambúzia figura e saiu correndo com a boca no trombone. Evitou o assalto, mas não foi totalmente feliz… Tropeçou no medo, na pressa, e na calçada e caiu de cara no chão. Não perdeu o celular e os parcos reais que levava, mas perdeu a pele do pé, do joelho, da mão e do nariz.
Os homens da lei foram chamados e minutos depois abordou a macambúzia figura há poucos quarteirões dali. Sergio Cardoso do Nascimento, 28 anos aposentado por deficiência em um braço, decorrente de acidente de moto, ex-usuário de farinha do capeta, disse que estava saindo de um boteco e nunca vira dona Maria Aparecida mais gorda. Ela, no entanto, garantiu que suas escoriações foram causadas indiretamente por ele, na fuga desesperada de sua garras!
Jurando de pés juntos que era inocente, Sergio sentou-se ao piano do delegado de plantão na delegacia regional e assinou o 157 tentado.