O time perdeu… mas a torcida ganhou de goleada!
A derrota por dois tentos a zero, em casa, para uma equipe modesta – embora esteja à frente na tabela – de um dos clubes mais tradicionais do futebol mineiro, foi só um detalhe. Na verdade, um dos tantos detalhes que marcaram o reencontro do centenário Pouso Alegre Futebol Clube neste domingo, 19, no Manduzão.
O primeiro – mas não o mais importante – detalhe, foi o vacilo do primeiro zagueiro rubro-negro que deixou a despretensiosa bola alçada à meia altura na área para o segundo zagueiro… antes dele o atacante alvi-rubro desviou a pelota do goleiro, fazendo o primeiro gol do visitante.
O segundo detalhe – mas também não o mais importante – foi o chutão do goleiro do Valério que atravessou toda a extensão do campo e caiu na área adversaria. No afã de evitar que o atacante pegasse a bola redonda, o zagueiro subiu com ele e não conseguiu evitar que a bola quadrada tocasse na sua mão. Na cobrança do pênalti o goleiro acertou o canto, mas não conseguiu alcançar a bola, e o juiz anotou o segundo e último gol da partida, para o time visitante. Resultado injusto para o time da casa, que dominou o jogo e foi muito mais consistente, embora tenha pecado nas jogadas pelo alto.
O jogo teve ainda muitos outros detalhes, próprios do futebol. Em dois eles, agora sim detalhes importantes, a bola do time rubro negro beijou o travessão por duas vezes, levantando a galera e arrancando o tradicional ‘uuuuuuuu’ da garganta. Em pelo menos outras cinco vezes o goleiro do visitante precisou mostrar toda sua elasticidade e reflexo para evitar o gol do time da casa.
Pelo que fez dentro das quatro linhas, o Dragão do Sul de Minas não mereceu perder o jogo.
Mas os detalhes mais importantes da reestreia no Pousão no futebol profissional, diante de sua torcida, ficaram justamente por conta da torcida. Um espetáculo de presença, de alegria, de emoção, de vibração, de comportamento… Torcedores da velha guarda emocionados, torcedores jovens animados, casais, pais com filhos imberbes, famílias inteiras, crianças, a maioria ostentando camisas do time, fizeram da derrota nas quatro linhas o menor dos detalhes.
A volta do Pousão aos gramados, em casa, trouxe de volta a animada ‘charanga’ que ruflou seus tambores desde antes até depois do jogo!
Trouxe também o velho “Cavucada” – que em maio ultimo completou 49 anos. Se ele já estava radiante por desfilar entre os amigos que tanto o estimam, mais radiante ficou depois que o presidente Paulo da Pinta o levou para dentro do campo e o premiou com uma camisa oficial do time. Nenhum dos 5.387 torcedores deixaram de notar o sorriso de orelha a orelha do ‘talismã’ Cavucada.
Reencontrar amigos, conhecidos, pessoas com as quais compartilhamos a mesma arquibancada há quase trinta anos, foi outro detalhe!
Ver boleiros antigos e boleiros novos, de coletes, apaixonados, colaborando com a diretoria para o bom andamento do espetáculo, também foi um detalhe importante…
Ver um time de terceira divisão, ainda sem jogadores conhecidos, sem identidade com a cidade, levar mais de cinco mil pessoas ao estádio – público bem próximo de jogos da Primeira Divisão do campeonato brasileiro – foi outro detalhe que marcou a reestreia do Dragão do Mandú no futebol profissional do Estado.
No entanto, o maior detalhe da reestreia do Pousão foi sem dúvida a presença das crianças no estádio. Crianças de zero a 12 anos; crianças ao lado dos pais, crianças no colo dos pais; mas especialmente das crianças que ainda não sabem o que é futebol! Bebezinhos que foram levados orgulhosamente pelos pais ao estádio para ‘sentir o clima’; para sentir a magia desse esporte contagiante, apaixonante… Desse esporte que promove encontros e reencontros; que promove amizades, que une pessoas, que proporciona alegrias. Ver a confiança destes pais na segurança da organização, tanto da diretoria quanto da polícia militar, foi outro detalhe!
Sim, o PAFC tem bom time, tem excelente diretoria, e tem fantástica torcida!
Os ingrediente do sucesso estão na mesa…