A dupla disse que roubou para comprar comida! Depois de prender os assaltantes a polícia levou uma cesta básica para a família deles!
O imbróglio aconteceu na simpática Jacutinga, cidade que homenageia a sorrateira ave ‘Penelope Ochrogaste’, a 84 quilômetros de Pouso Alegre.
Passava pouco das nove da noite deste sábado, 11, quando o jovem Felipe Thadeu de Melo, 21, chegou à porta da loja “Altas Horas” e perguntou se tinha ‘todinho’! Diante da resposta positiva, ele disse que iria lavar os pés e se afastou. Voltou um minuto depois com os pés limpos. Atrás dele entrou Fabio Rosa Soares, 26. Enquanto Felipe pegava os todinhos na prateleira, Fabio sacou uma lapiana e ameaçou fazer picadinho da dona da loja e do seu ‘cliente’ Felipe, caso não tivesse seus pedidos atendidos!
O primeiro pedido que fez foi o dim-dim do caixa. Em seguida pediu o celular da loja. E para completar o engodo pediu o celular do freguês Felipe Thadeu. Ao ver o assaltante sair correndo com o dinheiro da loja – cerca de 120 reais – e seu celular, Felipe Thadeu também saiu correndo atrás do assaltante.
A polícia militar rondava casualmente as imediações e por isso chegou ao “Altas Horas” em baixíssimo tempo… menos de dois minutos! E saiu na sombra do assaltante. Em menos de dez minutos alcançou Fabio Soares. Ao seu lado, belo e formoso, caminhava o comprador de todinho, Felipe Thadeu de Melo, já com o celular ‘roubado’ na algibeira! Eles eram comparsas! O pretexto de lavar os pés ao lado da loja era apenas para avisar o ‘parça’ que a comerciante estava sozinha no estabelecimento! Ambos haviam trocado as roupas usadas no momento do roubo minutos antes.
Apesar da engenhosidade do crime os assaltantes são pés-de-couve. E necessitados! estão passando fome!
– Nós roubamos para comprar comida, pois temos mulher e filhos em casa para alimentar – disseram Felipe e Fabio.
Antes de levar a dupla de assaltantes para a Delegacia Regional de Pouso Alegre, os policiais visitaram seus familiares e confirmaram a chorumela de Felipe Thadeu e Fabio Rosa. E, sensibilizados com a penúria da família dos assaltantes, providenciaram uma cesta básica e pediram apoio à Assistência Social da cidade para ampará-las.
Plagiando o saudoso e folclórico Vicente Mateus, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”… Por isso e apesar disso, Fabio Rosa Soares e Felipe Thadeu de Melo, sentaram ao piano, assinaram o 157 e subiram para o Hotel do Contribuinte!
Ao menos os dois terão casa, comida e roupa lavada gratuita… por algum tempo!