Foi-se o tempo em que era preciso um trezoitão, um ‘trintaedoizinho’ ou ao menos uma garruchinha 22 para se assaltar estabelecimentos comerciais! Os meliantes de hoje já estão assaltando com faca de cozinha! E já tem meliante assaltando no grito!
Roubo na Farmácia I
Faltavam ainda alguns minutos para o Boriz Casoi entrar no ar e dizer sua frase preferida: “Isso é uma Vergonha”!, e dois assaltantes pés-de-chinelos já estavam fazendo feiura no bairro Cruzeiro. Os dois guampudos usando uniforme de ‘mano’, entraram na farmácia Americana, gastaram o relógio entre os produtos de higiene pessoal, até que o ultimo cliente saísse, então se aproximaram do balconista, puxaram o capuz no rosto, sacaram cada um uma peixeira, e fizeram a proposta indecorosa de sempre:
– Perdeu Mané… Isso é um assalto! Passa a bufunfa e ninguém se machuca!
Sem esperar qualquer resposta, um dos assaltantes foi até o caixa, pegou o que havia nele e ambos dobraram a serra do cajuru montados em bicicletas velhas!
Roubo à Farmácia II
O segundo assalto da noite criança de sexta feira, 09, aconteceu sete minutos depois do primeiro, na mesma avenida que divide os bairros Cruzeiro e Jardim Olímpico. A vitima da vez também foi uma farmácia. Desta vez o meliante não mostrou arma… Entrou sorrateiro na Droga Foch, andou pra lá, espiou pra cá, se aproximou do balcão, enfiou uma mão por baixo da camisa simulando estar armado e fez a ameaça.
A vitima também não esboçou reação… Com os olhos bem abertos abriu o caixa e entregou o ouro ao bandido: R$ 376 que estavam no caixa.
Sem se despedir, sem agradecer e sem olhar para trás, o assaltante montou uma bicicleta feminina com cesta banca no guidão e dobrou caaaaaaaalmamente a serra do cajuru!
Roubo ao Mercadinho santo Antonio
O terceiro assalto da noite criança de sexta feira já havia acontecido antes das sete! Esse foi ainda mais inofensivo! O assaltante não mostrou nenhuma arma! Nem mesmo fingiu estar armado! O sujeito negro, magro, 1,70m, usando capuz, entrou no Mercadinho Santo Antônio na Alberto Paciuli, foi direto ao caixa, pegou dim-dim com caixa e tudo e saiu correndo! A única reação da dona do estabelecimento foi exclamar instintivamente:
– O que é isso?
E já de saída com a caixa recheada de moedas e pequenas debaixo do braço, o assaltante respondeu…
– Isso é um assalto! – Mas já estava longe. E desceu em direção ao cento da cidade pedalando uma bicicleta vermelha.
Ao ouvir seus gritos de susto e indignação, o marido da comerciante apareceu e perseguiu o assaltante até o centro… Mas acabou perdendo sua pista.
… E a velhinha desdentada, com coque branco na cabeça, sentada na cadeira de balanço na varanda da casinha verde, brandindo uma bengalinha de guatambu, observa e pergunta:
– Agora, além de não usar nem arma para roubar, os meliantes já estão roubando no grito!!! Onde é que nós vamos parar?
Eu tenho a resposta!
Mas não vou dar ideia!
Só vou dar uma dica: em breve os assaltantes estarão tomando nosso dim-dim usando ‘outro’ artigo do código penal!
Não tem que ser preso, tem que pegar e meter o pau, pois se prende no outro dia está fora!!!