Até o carrinho de pastel da esquina do mercado tem um lembrete deste mas nem todo mundo dá bola para isso. Até que…
Final da manhã de domingo. O garotão Giovani Aparecido Querubim, 24 anos morador de Cambuí, entrou no supermercado Braizinho, percorreu alguns corredores com os olhos compridos nas gôndolas, parou no corredor de bebidas, olhou como quem não quer nada para a direita, olhou para a esquerda… barra limpa. Pegou dois litros de whisky Passport – o menos pior produzido em terras tupiniquins – colocou dentro da calça – calça de ‘mano’, daquelas que cabem dois, é claro – deu mais uma olhadela para os lados e foi saindo de fininho. Quando passou o corredor dos caixas sem cumprimentar as meninas, foi abordado pelo segurança e convidado para tomar um trago na gerencia…
Giovani Aparecido Querubim, que não parece nem um pouco com o anjo mitológico, fez uma pequena viagem no taxi do contribuinte até a Delegacia Regional de Pouso Alegre onde sentou-se ao piano e assinou mais um 155 na caminhada.
Furto simples. Um a quatro anos de cana – mesmo que o furto seja de whisky – cabe fiança arbitrada na própria delegacia. Mas se o anjo dos pés sujos não tinha 62 reais para comprar um litro de whisky nacional, naturalmente não tinha R$ 1.500 reais para pagar a fiança. Foi se hospedar no Hotel do Juquinha.
Em 2003 Wanderly Ferreira da Silva, o “Coelho Ly”, gêmeo do Coelho Ley, fez a mesma coisa no Supermercado Central em Pouso Alegre. Conseguiu chegar até a avenida perimetral com o litro de Drurys esquentando debaixo do braço. Dali quebrou para a esquerda e foi de carona no taxi do contribuinte, hospedar-se no velho Hotel da Silvestre Ferraz. Dias depois mandou uma ‘pipa’ cheia de ‘chorumelas’ para o gerente do supermercado pedindo desculpas e alguns pacotes de bolachas e fumo Trevo. Valdecir, o gerente na epoca atendeu o pedido. No dia seguinte entregou-me a encomenda na porta da cadeia.
Será que o Braizinho também vai receber uma ‘pipa’ do Querubim???