Foi numa operação simples e sem alarde chefiada pelo próprio delegado responsável pelo ultimo e decisivo I.P., que o comerciante Francisco Teixeira de Oliveira Filho conheceu as pulseiras de prata da lei. Ele foi preso ao pé da manhã desta terça no interior da sua loja na esquina da Vicente Simões, onde mais de vinte pessoas deixaram suas motos para vender e não viram a cor do dinheiro.
Ao receber a queixa do cidadão Vander Ursolino Dias no inicio do mês passado, o delegado da Especializada de Estelionato, Marcelo Duarte, lembrou-se que no final de janeiro deste ano já havia feito outro Inquérito Policial contra o mesmo comerciante pelo mesmo motivo. Em conversa com os demais delegados, soube então que alguns deles também já haviam indiciado o mesmo comerciante por Estelionato ou Apropriação Indébita desde meados do ano passado. Nos registros da PC constam dez I.Ps. instaurados desde o dia 17-09-2013. Todos concluídos e enviados à justiça da comarca dentro do prazo legal.
O primeiro foi instaurado a pedido da vitima Elton Custodio Ribeiro, em 21 de outubro do ano passado. Depois vieram as vitimas Arthur da Camara Leal Cardenaz, Fernando Bogliato, Celio Reis da Silva, Edson da Silva Moreira, Maria Jailmara Dantas, todos de Pouso Alegre e ainda David Oliveira de Faria, de Abaeté-MG, Luiz Carlos de Jesus, de O. Fino e Rosangela Costa Bento Ventura, de São Lourenço. Em todos os casos a mesma ladainha:
– Eu deixei minha moto em consignação na loja Fast Moto para vender… Ele vendeu e não me pagou! – Reclamam as vitimas.
– Diante de tantos crimes contra o patrimônio praticados pelo comerciante, todos concluídos e encaminhados à justiça, resolvi relacioná-los e pedir a Prisão Preventiva do estelionatário – Disse o jovem delegado.
A prisão foi autorizada no final do expediente desta segunda, 03. Hoje, quando o comerciante Francisco Teixeira chegou para abrir a loja havia um novo cliente à sua espera. O ‘novo cliente’ não queria deixar sua Harley Davidson para vender! Ao contrario… O delegado e seus pupilos Balca, Rafael e Renato queriam levar o comerciante 171 para tomar um cafezinho na DP da Silvestre Ferraz.
A moto mais barata foi a do Vander Ursolino; onze mil reais. Mas há motos grandes, acima de mil cilindradas, motos Kawasaki de mais de 40 mil reais… Considerando que alguns Inquéritos tem mais de uma vitima, o prejuízo pode passar de 300 mil reais. E há ainda o prejuízo a “terceiros de boa fé”, que compraram as tais motos e, à priori, terão que devolvê-las – conjecturou o paladino da lei.
Com algumas das vitimas o comerciante chegou a fazer – péssimos – acordos, prometendo pagá-las com promissórias “à perder de vista”.
Com seu jeito educado, polido e a fala mansa, Francisco Teixeira explicou ao delegado que não repassava o dinheiro da motos vendidas aos devidos proprietários, porque sua empresa está passando por dificuldades financeiras;
– A prioridade era colocar as contas da loja em dia… – disse ele com outras palavras.
Até o momento 21 cidadãos que entregaram suas motos em consignação para Francisco vender, pediram instauração de IP contra ele. Mas – Segundo o delegado que ‘derramou óleo na pista do motoqueiro da Vicente Simões’ – este numero pode aumentar…! Enquanto isso o vendedor de motos que derrapou nas malhas da lei vai ficar ‘estacionado’ no Hotel do Juquinha…!