O que restou da perna queimada e comida por animais foi necropsiada esta manha no IML de Pouso Alegre
Enquanto a população da pequena Bueno Brandão nas escarpas da Serra da Mantiqueira se ocupava em disseminar e comentar o “Caso da Mumia” de Bueno Brandão, o lavrador Nelson Antônio de Oliveira, 53, morria de maneira trágica e bizarra no Sitio São Jose, no bairro dos Nunes. Seu corpo fora encontrado na terça feira no interior de um casebre que servia de deposito de ferramentas e produtos agrícolas – inclusive gasolina para roçadeira, provável causa do incêndio – queimado, parcialmente comido e sem uma das pernas.
A necropsia realizada no IML de Pouso Alegre constatou que ele morreu queimado no interior do casebre e teve os tecidos de uma perna comidos e a parte inferior da perna esquerda após calcificada pelo fogo, fraturada e arrancada, possivelmente por um animal, que pode ter sido um cão, talvez um porco, o que é comum acontecer quando há vazão de sangue ou por uma onça parda ou até mesmo jaguatirica, comum naquelas redondezas.
A perna então arrancada de forma tosca e brutal e desaparecida foi encontrada nesta segunda, 11, em um matagal nas cercanias do casebre. O membro naturalmente putrefato e desprovido de tecidos, em pele e osso – exceto o pé que estava intacto dentro da botina – foi encaminhado ao IML de Pouso Alegre para identificação. Considerando as circunstancias do fato, considerando que até o momento ninguém comunicou o desaparecimento de uma perna esquerda em lastimável estado de conservação, a investigação pode afirmar que a perna encontrada no mato pertence ao caseiro homicida Nelson “Facão” Antonio de Oliveira. No entanto, como tudo que há até o momento sobre as causas e motivos da morte do caseiro são conjecturas e suposições, a investigação procura ainda colocar mais luz sobre os fatos. O material genético colhido do que restou da perna será enviado ao Instituto Medico Legal da Policia Civil na capital para comparação de DNA.
Nelson “Falcão”, que aguardava julgamento pelo assassinato do companheiro de lida no cafezal, Jorge Francisco da Silva, em setembro do ano passado, usuário contumaz de Severina do Popote, pode ter derramado gasolina no corpo enquanto fumava, causando o acidente fatal. Após os exames no IML sua perna irá se juntar ao corpo no mesmo cemitério onde repousa – agora em paz! – a “Múmia de Bueno Brandão”!