Vou pegar a estrada… As trilhas, os trilhos…
Vou caminhar muitos dias. Na verdade muitas noites! Só vou parar para descansar quando os raios do sol cegarem meus olhos.
Vou sentir o sereno da noite umedecendo meus cabelos…
Vou ouvir os grilos e todas as sinfonias da madrugada, ao vivo, no que restar da luz da lua minguante!
Vou me despedir com saudade do negrume das noites e saldar a fria aurora…
Não estarei só neste momento. Além dos companheiros de caminhada, os passarinhos descerão dos ninhos para nos saldar…
Vou admirar o orvalho fino e tímido das manhãs…
Vou saldar com a alegria os primeiros raios do novo sol…
… E vou vê-lo secar suavemente o orvalho das plantinhas na beira da estrada.
A fome, a sede e o frio estarão por perto… Mas vou sentir o coração saciado e aquecido!
Vou longe…
E vou porque quero! Vou porque gosto. Vou porque posso…
Só vou parar diante da imagem santa da minha mãe!
E minhas lagrimas lavarão todo meu cansaço… Apagarão todas minhas dores!
… E voltarei mais puro. Mais leve. Mais jovem. Mais amigo…!