Ousadia…!!! Levou meio quilo de maconha para dentro do batalhão e tentou levar para o presidio….

        Semana passada escrevi aqui nesta coluna matéria intitulada: “Liberdade para delinqüir”, abordando a questão do “recuperando” que sai da cadeia para passar datas festivas com a família, visando se ressocializar e aproveita para fazer uma “boquinha” no crime. Pois bem, a dupla “Bruno & Osmar” não me deixa mentir sozinho.

        Na sexta à tarde uma dupla de motoqueiros parou próximo a um latão de lixo na rua Nanuque, atrás do 20ºBPM. Uma mulher saltou da garupa e despretensiosamente depositou seu lixo na lata, falou ao celular por alguns minutos e foi embora. Meia hora depois um cidadão saiu do batalhão pela porta do fundo, recolheu o “lixo” e voltou para o interior do quartel da PM. Nada de mais, afinal tem tanta gente catando reciclável hoje em dia por aí, não é mesmo?

         Não teria nada de mais se o cidadão que foi lá fora não estivesse usando um conjunto vermelho escrito SUAPI nas costas e o lixo dispensado no latão fosse mesmo lixo, mas… eram 400 gramas de maconha, cinco aparelhos celular, quatro carregadores e dois chip’s!!! O mocinho do uniforme vermelho, que cumpre pena por trafico no Hotel do Juquinha e estava prestando serviços numa obra no batalhão, se ressocializando e reduzindo sua pena, voltou para o pátio do quartel, guardou o “lixo” na bolsa e continuou belo e formoso por ali até o fim do expediente.

       Um amigo oculto da lei percebeu o “recolhimento do lixo” e avisou os homens da lei. A esta altura a dupla de “reeducandos” já havia entrado na viatura policial – sem receber revista – e voltava para o Hotel do Juquinha, depois de um proveitoso dia de trabalho. A viatura que conduzia os dois presos e o “Kit presídio” foi alcançada na BR 459 perto do Baronesa, três quilômetros antes de chegar ao seu destino. Pilhado com a mochila recheada de “lixo”, Bruno “pé-de-couve” Oliveira, disse na maior cara dura:

– Eu achei a maconha com os celulares perto do lixo e ia vender no presídio…

         Por causa do pacote de lixo, Bruno Oliveira, que estava quase terminando sua pena, fez uma parada na DP para sentar ao piano e assinar mais um 33 e voltou para trás das grades do hotel do Juquinha, para mais uma temporada de 5 anos e quatro meses.

         A parte hilária desta historia é …??? A testemunha arrolada no flagrante da apreensão da droga, Osmar Plínio Pereira!!! Osmar é o que podemos chamar de ‘p… velha’ no crime. Ele tem 51 anos de idade e foi um dos meus primeiros ‘clientes’ quando ingressei na policia em 1980. Naquela época ele já era figurinha carimbada no ‘fichário’ manual do Inspetor Ângelo, por furtos e desmanches de motos e veículos. Anos atrás, numa busca e apreensão em sua casa no Cidade jardim onde possui vários imoveis, foi necessário fretar um caminhão para transportar tanto “cabrito”… Ele era o parceiro de Bruno no trabalho de ressocialização no 20º BPM. Ao piano do delegado ele alegou que;

– … Eu estava tomando banho, não vi nada…    

        Claro que acreditamos que o ‘kit presídio’ pertencia à Bruno Pé-de-couve de 25 anos. Acreditamos também em coelhinho da páscoa… em…

       A propósito de celular, um ‘beija flor’ me disse que o passatempo predileto dos hospedes do Hotel do Juquinha no momento é a disputa para saber quem tem o aparelho celular mais moderno…

         Voltando à parte séria da historia, o embrulho de maconha e celular que entrou no batalhão e seguiu belo e formoso para o presídio, onde entraria sem problemas, pois subentende-se que os presos foram revistados para entrar na viatura policial… Poderia ser um embrulho de 38, .40, ou mesmo uma AK47…

 

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