“Nas páginas dos livros passeamos, conhecemos lugares, pessoas, vidas, histórias…
Nas páginas dos livros sorrimos, emocionamos… às vezes choramos!
Nas páginas dos livros descobrimos, identificamos, formamos opiniões, valorizamos, respeitamos, amamos…
Nas páginas dos livros nos divertimos, relaxamos, espairecemos…
Nas páginas dos livros ficamos mais ricos… de cultura, de conhecimentos!
Airton Chips”
“Gregório estava perdido nos papeis da empresa no seu escritório quando o celular vibrou sobre a mesa. ‘Desconhecido’, leu ele na tela colorida, antes de tocar no aparelho. Mas resolveu atender assim mesmo. Quem sabe esquecia um pouco as contas. Tocou na tela e levou o aparelho à orelha.
– Cê tá maluco, mano! Que doidera é essa de confessar o sinistro?… – disse a atabalhoada e abafada voz do outro lado da linha.
– Quem está falando?
– É o Pafúncio, cara! Chegou uma ‘pipa’ aqui pra mim que você vai abrir o suicidamento pros tiras! Cê tá louco? Isso dá cana pra cacete!!!
– Ô,ô,ô… que ‘pipa’, que ‘abrir’, que ‘suicidamento’? Não estou entendendo!
– Escuta aqui, vacilão… eu tô preso em Jabuti. Caí numa parada aí fazendo uma mula, assinei um BO ferrado! Pior, eu estava de saidinha de uma cana de 33! Agora sou reincidente. De repente chegou uma fita aqui pra mim que os ‘zomi’ descobriu tudo… Foram lá na cidade vizinha; foram no buteco que a gente apagou o cara; acharam o chumbinho no estômago do mané; te enquadraram e você abriu o bico, seu talarico! – falou a voz agressiva no aparelho.
Gregório se levantou rapidamente e trancou a porta do escritório. Não podia correr o risco de alguém ouvir aquela conversa. Estava apavorado. Suava frio. Voltou a sentar-se atrás da mesa, mas não conseguiu ficar sentado. O que estava acontecendo? Que conversa era aquela? Quem descobriu o quê? Já fazia um mês que Jacinto havia sido enterrado e com ele todo o macabro segredo. Desde o sepultamento ninguém mais tocou no assunto da morte dele. Aliás, suicídio era tabu na cidade… Ninguém ousava comentar! Ele nem se lembrava mais de Pafúncio. Espere! – pensou – como ele conseguiu meu celular? Tentou se acalmar… E acalmar seu interlocutor.
– Não entendi… Se você está preso, como você está me ligando?
– Deixa de ser mané! Celular na cadeia é mais fácil do que nota de dez! Mas afinal, o que está acontecendo nesta biboca de cidade? Como acharam o rastro…
– Eu não sei. Estou tão surpreso quanto você. Não ouvi nem o mais leve rumor a respeito… Fui à missa de sétimo dia com minha tia. Ninguém tocou no assunto. Como você achou meu celular? Eu joguei o velho no rio naquela noite!…
– O número do novo estava na pipa que trouxe a caguetagem. Resolve essa parada aí, mano. Não tô a fim de passar trinta anos vendo o sol nascer quadrado aqui, não…
*** Se você quer continuar essa viagem, navegue pelo livro “Quem Matou o Suicida!”