Outro dia recebi em minha casa uma funcionaria do Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde. Moreninha corada, simpática, alegre, atenciosa, bem instruída, desconfiaaaaaaada… Ela não queria apenas fazer entrevista! Queria vistoriar meu todo meu imóvel. Percorreu cada centímetro da casa e do quintal… Da sala aos quartos, aos banheiros, quintal, jardim, vistoriou meus vasos de flores. Nem o vasinho de Espada de São Jorge para espantar ‘mau olhado’ na sala de jantar, cheio de pedras de rio passou batido! Gostei. Na minha casa estava tudo nos conformes. Mas poderia não estar… A simpática agente de saúde fez muito bem o seu trabalho!
Semana passada, ainda no horário de verão cheguei para jogar futebol na quadra Bole na Rede. Quando estacionava meu ‘poisé’, vi de longe uma bela flor vermelha num terreno baldio defronte a quadra. Fiquei curioso, pois trata-se de um terreno sujo, malcheiroso que vem sendo aterrado gradativamente com entulho e restos de tudo que não serve para nada! Por isso me aproximei para ter certeza de que era uma flor. Que surpresa!!! Em meio aos entulhos de todo tipo, havia vários pneus! Muitos pneus! Um aqui, dois ali, tres acolá… Todos naturalmente a céu aberto! Todos com agua da chuva! Todos servindo de ninho de mosquitos de varias espécies… Inclusive do famigerado Aedes aegypti, o famoso mosquito da dengue!
Caraca, muleque! Mas de que adianta as jovens polidinhas fazerem um trabalho tão atencioso, tão ilustrado e educativo dentro das residências – até meu garotinho de quatro anos aprendeu combater o mosquito! – se nos terrenos baldios da cidade cria-se o assassino à vontade?
No dia seguinte ao passar casualmente por uma dupla desses agentes de saúde de jaleco marron na rua avisei do foco em potencial no aludido terreno. Hoje pela manhã voltei ao local do criame de mosquitos. E lá estava tudo como eu havia visto dias atrás. Pneus e mais pneus espalhados com agua limpa da chuva! Prontos para receber os ovinhos, incubar e distribuir os minúsculos assassinos por aí!
O mais interessante é que as “incubadoras de mosquitos” estão num vasto terreno aberto entre as Avenidas Perimetral e Vicente Simões, poucos metros atrás da Secretaria de Saúde do Estado!
Não sei a quem pertence o terreno e a incubadora de mosquito! Mas sei que alguém tem que fazer alguma coisa!
Eu estou fazendo a minha parte…