Onze da manha desta terça indecisa se chove ou não, o comerciante Ronaldo entrou na agencia do Banco do Brasil na Dr. Lisboa e se preparou para fazer um deposito no caixa eletrônico. Enquanto preenchia o envelope com R$ 2.600, sentiu um ligeiro cutucão nas costas! Ao virar-se deparou com um sujeito de meia idade, com cara de “pelamordedeus”, pedindo uma informação. O comerciante não deu atenção e fez o que qualquer pessoa sensata faria: disse ao moço para pedir informação a um funcionário do banco. Mal virou-se para terminar o preenchimento de outro envelope, sentiu nova cutucada nas costas… Ao virar-se lá estava o mesmo cidadão pedindo ajuda para operar o caixa eletrônico. Pela segunda vez, já com uma ponta de irritação, Ronaldo mandou o moço de cara triste e humilde buscar informação com um funcionário. Ato continuo virou-se para a mesinha de vidro, pegou seu envelope com os R$ 2.600 e se dirigiu ao caixa para depositar. Ao olhar para o envelope levou um susto! O envelope parecia ao mesmo, pesado, macio, gordo com o maço de notas. Mas a letra no envelope não era sua!!!
Ao abrir o envelope teve uma surpresa! Seu rico dinheirinho havia se transformado em papel picado, no formato de cédulas de real! Sobraram apenas duas notas de verdade. Mesmo assim o que antes eram duas notas de 100 agora eram duas notas de 2 reais!
Apesar da estupefação, Ronaldo pensou rápido…! David Coperfield, o magico que transformara seu dinheiro em papel picado só podia ser o cidadão de meia idade com cara de pelamordedeus!
Saiu desesperado no seu encalço! Foi alcançá-lo já na Rua Mons. Jose Paulino e com ajuda de populares o segurou até a chegada da policia.
Mesmo pego com outro envelope com papeis picados e duas notas de dois reais prontas para o próximo golpe, o moço de meia idade jurou de pés juntos que era inocente. Ele só confessou o crime depois que as câmeras de segurança da agencia mostrou sua figura sorrateira distraindo o comerciante para um cúmplice seu trocar o envelope verdadeiro pelo falso! Mas o dim-dim havia sido levado pelo comparsa!
O ‘magico’ do Banco do Brasil, sujeito humilde de meia idade com cara de pelamordedeus, chama-se Adilson Ribeiro, tem 56 anos e domicilio em Nanuque, no Norte de Minas. No entanto, com cara de pelamordedeus fica quem por um segundo se distrai na sua frente! Ele mora mesmo é nas cidades de porte médio Brasil afora aplicando golpes deste tipo. Enquanto ele distrai o comerciante ou office boy desatento, seu comparsa troca os envelopes e sai de fininho! Como fez com o comerciante Ronaldo no Banco do Brasil em Pouso Alegre!
Adilson Ribeiro, conhecido pelo sugestivo apelido de “Lula” – não sei por quê! – estrelou o álbum de figurinhas carimbada da policia em 1997 por uso de drogas. De lá para cá caiu varias vezes por trafico e associação para o trafico de drogas, por formação de quadrilha, furto e estelionato.
Para o experiente delegado Erasmo Kennedy, responsável pelo Inquérito desta terça feira, a atuação do “Lula de Nanuque” pode ser muito mais ampla.
– Pelo modus operandi, pela ousadia, agindo em parceria com uma ou mais pessoa, levando pacotes de papel picado para simular dinheiro, tudo faz crer que Adilson e seus parceiros – o que acabou levando o envelope do Ronaldo com os R$2600 – vivem de aplicar o Conto do Vigário nos quatro cantos do Brasil.
Por enquanto Lula ficará hospedado no Hotel do Juquinha! Mas é bom lembrar que certo tipo de criminoso não costuma criar raízes na cadeia…
Você meu estimado leitor, que recentemente caiu no “Conto do Vigario”, especialmente na modalidade “Bilhete Premiado”; olhe bem para essa foto…!!!
Será que você nunca desceu de um carro numa esquina qualquer para comprar uma “garrafinha d’agua” pra ele, não?