A apreensão aconteceu no final da tarde do dia 24 de novembro. Atendendo denúncias de amigos ocultos da lei os policiais militares estiveram no local, um terreno baldio no Loteamento Monte Azul no bairro Faisqueira e arrancaram da terra 142 pés de erva, cujo BO informava ser maconha.
Este blogueiro, em contato visual com a erva, não a reconheceu como maconha e publicou matéria contraria, com o titulo “PM apreende 142 pés de erva no Faisqueira… Mas a erva não é ‘marvada’…!”
O exame preliminar da droga não foi feito de imediato, uma vez que ninguém havia sido preso em flagrante na posse da suposta droga e, portanto, não havia a quem atribuir sua propriedade – responsabilidade. Ainda assim, como foi instaurado Inquérito Policial para apurar os fatos, a erva foi analisada pela policia técnica.
O resultado do exame preliminar, realizado por perito criminal da Delegacia Regional de Pouso Alegre foi encaminhado nesta terça ao delegado de Combate ao Trafico De Drogas, Gilson Baldassari. Nele o perito afirma: A erva apresentada pela policia militar é ‘maconha’.
É necessário salientar aqui que dito exame preliminar é feito pelo contato visual, com base nos conhecimentos e experiência do perito. Aliás, foi com base nesta mesma experiência que este blogueiro fez afirmativa em contrario, sem nenhum prejuízo para nenhuma das partes. Até porque o blogueiro não tem autoridade pericial e nem é parte no IP.
Em conversa informal com o perito que examinou a amostra de erva, este teceu vários comentários sobre a conclusão a que chegou; “buscando atender uma clientela cada vez mais vasta, com preços mais acessíveis, ultimamente as drogas de uma maneira geral tem sofrido muitas alterações, tem se diversificado… No caso da maconha, esta, pode ter sofrido alteração genética… Tem surgidos novas cultivares com novas características. Não é exagero falar em ‘maconha transgênica’! Há ainda que se falar nas condições do local do cultivo da planta que pode alterar sua aparência, até mesmo apresentando mais ou menos clorofila…! A erva que me foi entregue para exame apresenta aspectos gerais da Cannabis Sativa de Linneu”.
Somente o exame definitivo com reagente químico, realizado na Divisão de Laboratório de Química do Instituto de Criminalística da Policia Civil, em Belo Horizonte, poderá atestar com certeza se a erva é mesmo maconha! O teste é feito com reagente químico que, uma vez em contato com a erva apresenta ou não a reação ao THC – Tetra- hidrocanabinol, presente na planta em questão. Tal exame deve ficar pronto nos próximos trinta dias.
O assunto da erva que ‘era maconha’, mas ‘não era maconha’, agora ‘é maconha’ mas poderá ‘ser ou não ser maconha’, não traz prejuízo a ninguém… Mas poderia trazer!
No caso de ter sido preso alguém na posse da dita cuja na plantação, teria ficado o delegado entre a cruz e espada! Com base no “laudo preliminar” do perito ele teria que fritar o ‘agricultor’ no 33 e manda-lo para o xadrez! Se ficar provado daqui a trinta dias que a erva é apenas ‘broto de Santa Barbara’ estaria o delegado assinando a 4898! No caso de não fritar o suspeito no 33, e constatar que a erva é maconha, perderia a autoridade a oportunidade de levar à falência um potencial traficante de drogas e ainda poderia assinar um 319!
Toda essa celeuma poderia ser evitada se a policia civil, com seus Departamentos no interior do Estado, tivesse seus laboratórios de química nas Delegacias Regionais…!
Enquanto a “Policia não vai para o interior”, este blog, com base na conclusão pericial da STRC- 17º DPC, retifica matéria publicada no dia 26-11-2014. Ainda que discorde das caraterísticas da planta examinada…!