O sol de sexta feira já estava se deitando atrás dos montes quando os homens da Lei de Jacutinga, ao trafegar pela estrada vicinal que liga a cidade ao município paulista de Espirito Santo do Pinhal, resolveram abordar o Chevrolet Monza placas EVR-8230 Sumaré-S.P., para checar a documentação. Com o velho Monza conduzido pelo cidadão Eduardo Henrique de Oliveira, 31, não havia nada de irregular. No entanto, o que ele e seus passageiros Rubens Benedito Filipini e Valdinei Batista Moreira levavam estava em desacordo com a lei! Cada um levava dentro do carro uma espingarda cartucheira e farta munição, sem registro, além de facão e lanterna. Não havia duvidas de que estavam indo para a caça!
Interpelados pelos policiais sobre o destino que seguiam, os três amigos foram – quase – sinceros.
– Sabe o que é sargento… Nós temos uma plantação de milho lá perto das terras do Alcides Sales, mas as capivaras não dão sossego! Elas estão acabando com nossa plantação… – Disse um deles.
– É isso mesmo sargento! Nós estamos indo pra lá dar uns tiros para espantar as danadas…- acrescentou outro.
– Mas nós só vamos espantá elas, seu guarda! – Acudiu o terceiro caçador.
Bem, se os três amigos iriam apenas expulsar as folgadas capivaras do milharal ou se iriam fazer um churrasquinho de carne nobre no final de semana, não vem ao caso… Naquele momento Eduardo, Rubens e Valdinei estavam cometendo o delito previsto no artigo 14 da Lei 10.826. Por isso, de supostos caçadores, viraram caça! E foram sentar ao piano do delegado de plantão na Delegacia Regional de Pouso Alegre. Já de madrugada os três amigos voltaram – desarmados – para casa… Cada um R$ 678 mais pobre!
Se é verdade que queriam apenas espantar as capivaras e salvar a lavoura de milho, os três amigos terão que arregimentar uma matilha de cães perdigueiros e fazer o forrobodó no grito…!
Ahhhh fala sério hen.