Ele foi baleado na quarta feira, saiu do hospital na segunda, mas não teve tempo de comemorar a alta hospitalar!
A rusga entre o funileiro Luiz Henrique Ferreira da Conceição, vulgo “Peixão”, dono de extensa capivara por crimes diversos e os irmãos Joaquim Marques de Oliveira e Benedito Paula de Oliveira, vulgo Dito Macaia, vinha desde o tempo que trabalhavam juntos na oficina de funilaria. A causa do entrevero nasceu da vaidade profissional e do ciúme pessoal;
– Eu sou melhor funileiro que você…! – Dizia um.
– Os clientes gostam muito do meu serviço…! – Dizia outro
O atrito aumentou quando Joaquim Marques começou namorar a ex-namorada de Luiz Henrique “Peixão”, provocando faíscas entre eles.
No dia 04 de setembro, uma quarta feira, os irmãos resolveram colocar um ponto final na pendenga. Foram esperar pelo concorrente e desafeto na porta de sua casa no bairro Olaria, zona rural da cidade. Quando ele desceu do carro recebeu uma saraivada de balas. Cinco azeitonas quentes atravessaram ou se cravaram em seu corpo. Mesmo ferido ele conseguiu entrar no bar do Levi e pedir socorro. Foi levado inicialmente para o pronto socorro municipal de Estiva e depois para o Hospital Regional Samuel Libanio.
Recebida a chamada para registrar o funesto B.O., a policia militar de Estiva varreu o bairro Olaria e cercanias no rastro dos assassinos, mas não achou nem a sombra dos irmãos Joaquim Marques e Benedito “Macaia” de Paula.
Na segunda feira 09, já refeito dos ferimentos no braço, no peito, no abdome, no queixo, no pescoço e no ombro, Luiz Peixão pediu alta do hospital. Como seu quadro não permitia, ele assumiu o risco e foi embora por conta própria… Ao encontro da morte!
A cena de segunda 09 foi bem parecida com a de quarta 04. Mal desceu do seu Monza na porta do bar do amigo Simão Lisboa, os irmãos assassinos chegaram atirando. Desta vez quem puxou o gatilho foi o Joaquim – Você está ruim de pontaria… deixa comigo, teria dito o irmão mais velho – enquanto Dito Macaia cuidava do volante do mesmo Passat branco da semana anterior. Luiz Henrique só teve tempo de levantar os braços e dizer ao amigo Simão:
– “Não falei que eu voltava”…!
Voltou mesmo! Para receber o golpe de misericórdia dos irmãos Joaquim e Dito Macaia.
Mal pronunciou as palavras festivas e desafiantes por ter sobrevivido ao primeiro ataque, recebeu nova saraivada de balas! Desta vez já chegou sem vida ao hospital de Estiva. Seu corpo foi enterrado na cidade de Bragança Paulista onde estão seus parentes mas ainda poderá passar por exumação.
Novamente os policiais do 17º Departamento de Policia, ao qual pertence Estiva, voltaram a vasculhar o bairro Olaria e cercanias de Estiva. E mais uma vez os traiçoeiros irmãos conseguiram dobrar a serra do cajuru.
Foi apenas mais um homicídio. Porém os moradores de Estiva, ‘capital do morango’, terra dos Andrades e Pereiras, estão assustados.
– Nosso povo é pacato e trabalhador… – Dizia um morador do bairro Olaria.
– Não estamos acostumados com essas coisas aqui em nossa cidade, não – dizia outro.
Embora tivessem atividades laborativas no município, nenhum dos envolvidos no crime tem raízes fincadas no município de Estiva.
Decorrido o tempo de perseguição aceitável pela justiça para a prisão em flagrante, o delgado Erasmo Kennedy de Carvalho, do 2º Distrito Policial de Pouso Alegre, pediu a Prisão Temporária dos irmãos. Segundo o atento delegado, um causídico criminal já acenou com a possibilidade de apresentá-los na DP.
De qualquer maneira a batata está assando para os irmãos furiosos de Estiva…!
Só uma errata. Estiva é terra dos Andrades e Pereiras. Brandões são de Bom Repouso. Rs… Abraço!
Corretíssimo Katia…
Abraços.