… Ele foi ao inferno e voltou apenas chamuscado!
Roberto Carlos de Freitas tinha 28 anos quando viu sua vida virar pelo avesso em questão de poucas horas. Como fazia quase habitualmente, ele pegou as crianças na porta da casa dos avós delas e seguiram para a creche. Naquele dia porém, tomaram outro rumo. Poucas horas depois os irmãozinhos T.M. e M.R.M. de 7 e 9 anos estavam mortos, jogados numa lagoa do rio cortado, próximo da Av. Airton Sena. Na sexta feira à noite Roberto Carlos, cozinheiro profissional, morador do velho Aterrado, sem passagens pela policia, conheceria o inferno e seus diabos… o velho hotel da Silvestre Ferraz!
Robertinho, como já era chamado, não era propriamente um religioso ou pelos menos não recorria com freqüência a santos e anjos para aliviar suas angustias e medos. Naquela noite, no entanto, foi necessário chamar por todos eles de uma só vez e parece que todos estavam de plantão para cuidar apenas dele. Só isso explicaria como ele sobreviveu para contar sua historia. Matar com requintes de crueldade, duas crianças indefesas, abusando de sua amizade para atraí-las para o local deserto da execução, exigia um batalhão de anjos para protegê-lo dos “leões” sedentos de sangue hospedados no velho hotel, a maioria, moradores do mesmo bairro! Muitos amigos e parentes das pequenas vitimas! Muitos deles protagonistas de crimes ainda mais tenebrosos! Porém, pimenta nos olhos dos outros não arde…
Seu parceiro no horrendo crime, Jose Astezio Vieira, não teve a mesma sorte. Ele passou pelo mesmo caminho de Robertinho e foi se hospedar no mesmo hotel. Mas viveu menos de 40 minutos. Recebeu tantos socos e pontapés que seu corpo parecia ter sido atropelado por uma manada de nelores fugindo da seca no Pantanal. Quando foi levado para o pronto socorro, apenas para ‘cumprir tabela’, já estava morto. Além dos incontáveis socos que recebeu, ele engoliu tudo que não tinha utilidade na cela, inclusive cerca de 20 bitucas de cigarro, segundo colegas que acompanharam sua necropsia no dia seguinte. Mas não engoliu ‘de boa’ não. Ao entrar na cela por volta de oito da noite, Astezio encarou os 15 presos, bateu no peito e disse:
– Eu tenho parte com o diabo… Nenhum de vocês pode comigo!
Era a pura verdade. ‘Nenhum’ dos quinze poderia com ele… Mas os ‘quinze’ de uma vez puderam! Sua morte talvez tenha acalmado a fúria sanguinária dos demais hóspedes do velho hotel. No entanto, matou também a única chance de Robertinho provar sua inocência. Aliás, ao sentar-se ao piano, Jose Astezio Vieira, 31 anos, afirmou categoricamente que Roberto Carlos fora o tempo todo conivente e participara da morte e ocultação dos cadáveres dos…
Para continuar lendo essa historia, acesse ‘[email protected]’
Excelente texto, Chips. Espero que o Robertinho continua vivendo com dignidade.
Parabéns pelo blog.
Que historia … Vc é muito bom em narrar casos antigos ! Melhor do que qnd narra os atuais …
Confesso que tive nauseas em pensar que um inocente pagou com 14 anos de sua vida ! Sem contar essa historia de viver dentro da delegacia , num quarto minusculo , sendo humilhado mts vezes … beneficiado em outras … Etc ! Daria um filme de Holiwood daqueles tipo A Espera de um Milagre !
Porem nunca eh demais lembrar que a justica é cega !!! E o que aconteceu na Lagoa so o Robertinho deve saber …
Acho que essa historia serve para explicar o pq de o Brasil nao estar preparado para a pena de morte …
Sábia observação Vini,
Abraços.
Engraçado em Airton Chips você falar que “os presos” o matou,como você tem tanta certeza,ou quer encobrir alguém ou alguns? Porque no laudo da morte diz que ele se suicidou,estranho não?
E essa parte que você diz: ” – O que se passou na beira daquela lagoa entre o Mandu e a Perimetral na tarde daquele 14 de setembro de 94, fica por conta do imaginário do leitor.” ,você esta julgando algo que não aconteceu? Porque nada foi comprovado á não ser a morte deles!
Ah e claro que o Robertinho iria tirar o dele de lado.
E pelo jeito não é bom ser do lado da justiça,não sendo policial…ah e até sendo é perigoso,quem diga o causo do policial paixão.
Olá Railson,
Tem certeza que você está comentando “A historia de Robertinho”?
Abraços.
Por que a pergunta? Só pode falar do principal personagem? Ou pode comentar sobre os outros fatos,você não é otário e sei que você conhece a historia e sabe de quem estou falando,ou está fazendo de desentendido?
Essa do papel higiênico usado deveria servir como motivação pras pessoas que têm conduta e caráter duvidosos trabalharem dignamente e nunca entrarem na vida do crime.
Sensacional. Essa história marcou minha infância.
Tinha aproximadamente 8 anos na época, acompanhei o caso como toda a cidade, mesmo ainda criança. Era impossível não lembrar deste caso quando algum estranho se aproximava e meus pais usavam o ocorrido como exemplo para intimidar e mostrar que não podemos confiar em todo mundo.
Para mim, a figura do Robertinho (que até hoje eu não sabia o nome), era tio das crianças.
Muito bacana, após quase 20 anos, saber o que realmente aconteceu, e mais do que isso, saber que ele abraçou a oportunidade e se recuperou.
Cabe a sociedade recebê-lo de braços abertos, como qualquer pessoa digna e merecedora de respeito.
Abraço!
Chips,
Morei no beco ao lado da delegacia e me lembro de Robertinho,
se mostrava um rapaz quieto e de muito respeito.
Nunca soube a história dele.
Bacana demais você contar!
Sucesso Abraço
Ola Chips mostra o a foto do Robertinho agora de cabeça erguida e de cara limpa para
fechar a boca de algumas pessoas que só sabem julgar…..
Olá João Pedro,
Se ele deixar eu publico…
Abraços.
Olá João Pedro,
Se ele deixar eu publico…
Abraços.
Um tanto interessante a história, porém ainda acho q esta em tempo de provar q é inocente…ou não????
Voce jura Edilaine!?
O moço pagou 14 anos de cana, comeu o pão que o diabo amassou com os pés, trabalhou de graça na delegacia durante vários e ainda tem que provar que é inocente…!!!???
Abraços
Esse Robertinho…
Olá ‘reinaldo sales’,
Você quer contar historias verdadeiras, não é? E quer que eu aprove suas historias verdadeiras, certo? Ótimo!
Então ficamos combinado, quando você postar algum comentário verdadeiro, eu aprovo, ok!?
Abraços.
Grande Airton Chips…
Sumiu de Santa Rita hein?
Achei muito interessante a história narrada por vc…torço para que esse Robertinho, apesar da cicatriz, siga bem a vida dele…
E fica aqui minha admiração pelo respeito dedicado por vc a ele, durante todos esses anos; e também minha admiração pela sua pessoa…passando pelo seu blog, não poderia deixar de postar um comentário…
Muito amigo dos seus filhos, Marcelo e Diego, recentemente estive com Diego num passeio de moto e num almoço aqui em SRS…mas no passeio de moto demos algumas risadas lembrando das gírias características dos seus comentários; basta ler as gírias, sem ver a autoria, que já sabemos que se trata de vc…
Bom deixo aqui um forte abraço a vc e desejo sucesso ao blog…e qdo passar por SRS, passe aqui no meu trabalho para uma visita.
Marcelo Morais
Grande Marcelo Morais, obrigado amigo… Vindo de você estas palavras ficam ainda mais valiosas.
“Menino – de sucesso – que vi crescer”,
Abração, Marcelo!
Eu acredito na inocencia dele, pois tive a chance de trabalhar com ele em um restaurante aqui em pouso alegre, antes do crime e ele sempre foi uma pessoa de bem!!!!
… E continua sendo uma pessoa do bem, Andre Luiz!
Abraços.