… Só podia dar mer…!

         A gerente da transportadora Tecmar estava quieta no seu canto, na Avenida Prefeito Olavo Gomes de Oliveira, no Morumbi, cuidando dos afazeres da empresa, às nove da manha desta quarta, quando o telefone tocou…

– Alô, é da transportadora Tecmar?

– Pois não!

– Vocês estão com algum problema aí?

-… Que tipo de problema!?

– Por acaso vocês estão sendo assaltados?… Estão com problemas de veículos para fazer entregas…?

– Não estou entendendo as suas perguntas…! Quem está falando…?

– É que tenho uma empresa aqui perto da sua e agora mesmo vi alguém entregar uma caixa de por cima do muro para outra pessoa do lado de fora… Depois apareceu uma moto e dois rapazes levaram a caixa embora na moto…

       A astuta gerente não precisou ouviu mais nada! Entendeu imediatamente que estava sendo roubada! Tão logo os funcionários Mauro Sergio e Jose Paulo voltaram do ‘cafezinho’ que tinham ido tomar ali perto, na padaria do Sr. Eli de Paula Fontoura, como de habito, ela os encostou na parede e deu a cartada…

– Eu acabei de verificar na câmera externa de vídeo e vi vocês dois saindo do barracão com uma caixa… Onde você a levaram? – Questionou a gerente.

      Pegos na chave de braço, a dupla de funcionários mãos leves deu o braço a torcer…

– Era uma caixa com três tampas e assentos sanitários… Nós vendemos para o Sr. Eli, na padaria…

        Confirmada a ‘movimentação sorrateira e suspeita’ na transportadora, a gerente chamou os homens da lei. Os assentos, que custam no varejo R$ 60 reais cada um, haviam sido vendidos para o comerciante Eli Fontoura, dono de uma pequena loja de materiais de construção e uma padaria no Bairro Morumbi, há poucos metros da empresa, onde a dupla toma café todo dia, por R$ 12 reais cada um. Quando a policia chegou os jogos de assentos já estavam fora da caixa,

em exposição para venda, mas o comerciante negou que tenha comprado a mercadoria furtada.

– Eles deixaram aqui na loja e disseram que iriam pegar na hora do almoço… – Disse sem ficar vermelho!

– E por que estão fora da caixa? – Perguntou o policial.

– Eu tirei para mostrar à minha mulher… – Respondeu de chofre o intrujão!

        A gerente contou-me que Mauro Sergio da Silva, o conferente e Jose Paulo Felix de Lima o ajudante, ambos 20 anos, trabalhavam na empresa há cerca de dois. Foram contratados por indicação de terceiros e eram bons funcionários… pelo menos até quarta feira,10!

       Mas não teve choro e nem vela e em fita amarela. Desceram os três para o 2º Distrito Aisp 110ª. O douto delegado Erasmo Kennedy enquadrou os funcionários Mauro Sergio e Jose Paulo no 155 qualificado pelo concurso de pessoas e o  comerciante intrujão no 180, todos portanto sem direito à fiança. E foram todos se hospedar no Hotel do Juquinha. Também… Furtar tampa e assento sanitário… só podia dar mer…!!!