O cidadão Celso Antonio Monticelli, 48 anos, morador do Sitio dos Pinheiros, zona rural de Ouro Fino, ordeiro & trabalhador, como todo cidadão, precisa receber seus créditos para quitar seus debitos.
Nesta segunda ele pediu ao filho de 19 anos para cobrar uma divida. Ao pé da noite, ao saber que o dim-dim não entrara no caixa, ele entrou em desespero. Depois de esbravejar, pegou um revolver calibre 38, saiu para o quintal e começou puxar o gatilho.
Que sorte! Depois de vários tectectectec, nenhuma azeitona saiu quente pelo cano do trabuco. Com isso a mulher A.O.P. 39, o filho D.P. 19 e as crianças conseguiram sair correndo de perto dele e se refugiar no mato.
Quando os homens da lei chegaram, chamados por vizinhos, Celso Antonio também tentou se embrenhar no mato, mas enroscou-se nas malhas da lei e caiu com o revolver e tudo. Rolou na poeira com os policiais, mas não teve jeito. Recebeu as pulseiras de prata e desceu no taxi do contribuinte para a delegacia Regional de Pouso Alegre, levando também uma bela cartucheira 32 que estava mocosada atrás do sofá.
A mulher e o filho maior perdoaram. Não quiseram representar contra o marido e pai por ameaças e ele seria solto. No entanto, a Lei 10.826 não perdoou. Celso Antonio, o homem que puxa o gatilho e as balas não saem, assinou o 15 e o 16 da famigerada lei. Já de madrugada ele voltou para casa, desarmado e calmo… Depois de desembolsar R$ 3 mil reais de fiança…