Quando a dona de casa abriu os olhos só viu o vulto, com o capuz vermelho na cabeça, rondando sua cozinha…
Dona M. Laura acordou às sete e meia da manha de domingo, em Cambuí, com ruídos no telhado.
Seria um gavião tentando pegar um rato no telhado?
Seria um gato tentando caçar uma distraída rolinha?
Seria um rato de duas patas, querendo queijo na sua cozinha?
Ela esperou alguns instantes no aconchego das cobertas e quando abriu os olhos, um vulto vermelho andava sorrateiro pela cozinha.
Seria Chapeuzinho vermelho?
Ou seria lobo mau disfarçado em busca de guloseimas?
– Quem está aí? É você meu bem? – Perguntou Maria Laura, pensando que o marido tivesse voltado mais cedo.
Ao ouvir a voz da dona da casa, o vulto que usava blusão vermelho com capuz esqueirou-se como um gato para o telhado, quebrando telhas e saltou para a rua.
Os homens da lei chegaram rapidamente e segundo orientaçao de um vizinho que assistira a cena, minutos depois abordaram Tamires Graziela Anastácio, usando calça jeans e blusão com capuz vermelho, a dois quarteirões dali.
Conhecida no meio policial de Cambui , por Neguita, a jovem meliante do chapeuzinho vermelho, deu trabalho. Rolou na poeira com os policiais e finalmente recebeu as pulseiras de prata. Da casa de Maria Laura ela havia levado apenas um aparelho celular. No trajeto de Cambuí para Pouso Alegre, como não havia sido sumetida a minuciosa revista, Neguita dispensou outro celular no forninho da viatura. Desnecessário. O primeiro, de Maria Laura, já era suficiente para o delegado de plantão fritá-la no 155 qualificado.
Tamires Neguita, a gata da manhã, que disfarça de Chapeuzinho Vermelho e age como Lobo Mau, teve chance de voltar para casa, mas… faltaram os R$ 1.244 reais para pagar a fiança…