Pra relaxar… no fim da noite

Juca Raposo no inferno

 

Juca Raposo, maconheiro velho, morreu de AIDS aos 47 anos. Enquanto estava na fila do purgatório esperando pela entrevista para saber onde seria sua morada definitiva, ouviu um burburinho do outro lado do muro:

– Não faz onda, sangue bão, não faz ooonda, meu…

Ficou assuntando. Quando chegou sua vez de optar, disse a São Pedro:

– Eu quero ficar com os manos de fala manêra, ali do outro lado do muro, sangue bão…

– Tem certeza? Depois que passar para o lado de lá do muro não tem volta!?

– Firmeza, mermão… É pra lá que eu quero ir, falô!

– Já que você quer… Boa sorte na eternidade. É só pular o muro…

Juca Raposo escutou mais um burburinho: “Não faz onda, meu… Não faz ooonda… E pulou.

Era um bosteiro!!! E estava transbordando. Tanto de merda quanto de transviados, maconheiros e outros drogados como ele. Estava todo mundo na ponta dos pés tentando se equilibrar para não engolir a mer… Quando alguém se mexia, não tinha jeito… engolia. E os outros diziam:

– Não faz onda, meu, não faz ooonda!!

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