Operação “Mendigo” na favela

Casal 20 do "33"

        Tarde manhosa de segunda feira dia 26 de março 2012. Quem passou pela favela de… em São Paulo viu um pé-de-cana chapado deitado numa escadaria torta e mal feita de uma ruela suja e deserta. O moço alto forte, usava bermuda jeans suja e rasgada, uma camiseta em pior estado, um boné amassado caído no rosto e o pezão 42 sujo no chão. De vez em quando ele levava uma garrafinha transparente à boca engolia um gole do liquido, fazia uma discreta careta e tomava um gole de coca-cola morna por cima. De uma sacolinha de plástico, que mais parecia uma sacolinha de lixo, de vez em quando tirava um sanduíche amassado qualquer e dava uma mordida. Em situação de penúria e decadência semelhante, outros dois mendigos espreguiçavam noutra ruela abaixo. Há alguns metros da escada, uma voz de mulher de vinte poucos anos se despediu de uma pessoa cujo nome lhe era bastante familiar, entrou num golzinho bola e se afastou do local. Depois de consumir quase todo o conteúdo quente das duas garrafinhas e parte do sanduíche, ouviu o movimento de uma janela e de uma porta se abrindo no muquifo de onde saira a mulher uma hora antes. Por baixo da aba do boné pode ver um sujeito sair da casa com um saco de lixo e levar até a esquina há poucos metros dali. O mendigo desacorçoado levantou-se meio cambaleante, pegou sua sacolinha de lixo, foi em direção à casa e quando o sujeito ia entrar, enfiou a mão  na sacolinha e ao invés de sanduíche azedo apareceu uma pistola .40…

– Perdeu, perdeu… perdeu – Disse ele ao sujeito – Já era. Deita no chão…

– Qualé, mano, ta maluco!!!… Caralho, é você Teobaldo? Tô diboa, tô diboa…

– É melhor ficar de diboa, mesmo retrucou o detetive enquanto sacava o celular com a mão esquerda e dizia apenas;

– Ta na mão…

Em menos de 50 segundos Balca, Ozanam e Elon chegaram com as pulseiras de prata. Um minuto depois o delegado Gilson Baldassari acompanhado do Sub-Inspetor Alberto e outros dois detetives chegaram com as viaturas.

Antes do sol melancólico se deitar atrás da Serra da Cantareira os policiais de Pouso Alegre, deixaram a capital paulista trazendo na rabeira da viatura Fabio Ricardo da Silva, o Fabão, membro da facção criminosa denominada PCC, um dos maiores distribuidores de drogas de Pouso Alegre.

Para prender o poderoso chefão na favela, os “mendigos” foram eficientes no teatro… e contaram também com a sorte !!!

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