Para relaxar… no meio da tarde

São Pedro e o moribundo de Camanducaia

      Outro dia São Pedro estava tirando um cochilo – coisa rara, com tanto motociclista malabarista e irresponsável e motoristas dirigindo mamados por aí – quando ouviu o som da campainha. Levantou-se tropeçando nas barbas, abriu lentamente a porta e… Não havia ninguem!

      – Melhor assim. Pensou. Pelo menos poderia voltar a cochilar sem ter que fazer a costumeira entrevista da prestação de contas.

       Mal sentou-se na sua esfolada poltrona, novamente o som da campainha. Antes de levantar-se o bom santo de cabelos e barbas de plumas brancas fez um pequeno gesto de irritação. Abriu a porta e… novamente não havia ninguem. Ele resolveu esperar uns segundos e novamente a campainha soou. São Pedro tornou abrir a porta do céu mas só conseguiu avistar um vulto desaparecendo…

      O velho santo pensou consigo:

– Ahh, é algum moleque querendo brincar comigo… Ja sei o que vou fazer. Fechou a porta e ficou atrás em silencio, segurando a maçaneta. Alguns segundos depois ouviu passos e novamente a campainha tocou. Ele abriu a porta de sopetão, passou a mão grande no colarinho do brincalhão e puxou para dentro.

– Te peguei, engraçadinho…

    No mesmo instante no centro cirúrgico do hospital de Camanducaia a doutora Tatiana T.K. de Matos falou desconsolada para as colegas de trabalho Noemi, Eugenia, Cida, Samanta, Lucheska,  Loydi Sara …:

– É meninas, fizemos o possivel…. O paciente parou de respirar…

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *