Dona M. estava quieta no seu canto, cuidando dos afazeres domésticos, as nove da manha de sexta, no bairro da Roseta, em Pouso Alegre, quando de repente ouviu os gritos desesperados da filhinha … de 8 anos, vindos do pomar. Apavorada ela armou-se um pedaço de pau e foi em direção aos gritos, imaginando que a filha estivesse sendo atacada por um cachorro louco, uma hiena covarde ou talvez uma cobra venenosa. Era quase tudo isso. Perto da filha, atrás de uma laranjeira, estava seu vizinho J.O., 57 anos, lavrador e tarado nas horas vagas, com a bermuda arriada e o ‘morto’, ‘vivo’ na mão, exibindo para a garotinha. Com a fúria própria da fera que defende a cria, a domestica deu uma paulada ‘ nas coisas’ do tarado tentando decepá-lo, mas acertou apenas seu braço e soltou-lhe os cachorros.
Ela só contou o fato ao marido no final do dia quando ele chegou em casa e então chamaram a policia. Ao receber a visita dos homens da lei em sua casa, J.O. jurou de pés juntos que era inocente e foi necessário usar pulseiras de prata para conduzi-lo no táxi do contribuinte para a DP. Submetida a exames de Corpo de Delito, não foi constatada conjunção carnal ou qualquer outra lesão na garotinha. Mesmo assim o tarado sentou-se ao piano e assinou o 217 A com 14 do CP.
O tarado do pomar foi se hospedar no Hotel do Juquinha, de onde poderá ver através das grades, a poeirenta estradinha que leva a distante liberdade do seu sitio ali perto.