Este é um dos raros casos em que o suicida quer mesmo morrer. Depois de matar a filhinha de um ano e nove meses afogada na banheira em São Gonçalo do Sapucaí, ontem à tarde, a domestica Julia Aparecida A. da Silva tomou um coquetel de medicamentos, se trancou no banheiro e cortou os pulsos. Foi salva pelo filho de quinze anos que ao chegar em casa estranhou o silencio e arrombou a porta. Mãe e filha foram levadas para o PS mas a pequenina já não respirava mais.
O delegado Wellington aguarda a alta hospitalar da assassina-suicida para esclarecer a motivação do crime mas já tem algumas pistas. Julia havia tido um desentendimento com o marido e estavam prestes a se separar. Antes de cometer os desatinos ela escreveu uma longa carta na qual narra seu infortúnio e atribui a culpa de todo sinistro ao marido. Ela continua internada, mas não corre risco de – perder a – vida.
Não há pena para suicídio ou tentativa, por isso, segundo Wellington, a mãe assassina que sobreviveu ao suicídio será indiciada apenas no artigo 121 do CP tão logo deixe o hospital.