Os moradores da pequenina Pouso Alto, na serra da Mantiqueira, caminho dos cariocas do Rio que descem para a carioca São Lourenço, poucas vezes viram um sujeito tão decidido. D.L.S.M. construiu uma casa de morada no terreno da familia de Jose Donizete, mas foi despejado pela justiça a pedido do vizinho e jurou matá-lo. No sabado de manhazinha ele resolveu acertar as contas. Sabendo que Jose Donizete iria buscar uma carga de areia, foi esperá-lo no porto. Na chegada topou com o vizinho P.S.L. e resolveu mantê-lo como testemunha do seu desatino. Mostrando-lhe uma pistola, obrigou-o a se esconder com ele no interior de um caminhão bau vazio no local do homizio. Quando J.D. chegou pilotando seu possante D.L. saltou do esconderijo, sacou a pistola e foi logo mandando bala no desafeto. Com a morte diante dos olhos, J.D. preferiu conversar de longe, correu, pulou nas aguas frias do Rio Verde e o atravessou em poucas braçadas. A cada vez que emergia para respirar ouvia o assobio tenebroso das azeitonas quentes passando rente à sua orelha. Uma delas acertou sua mão direita mas ele somente parou de nadar quando chegou à outra margem. De lá continuou ouvindo as ameaças do vizinho; “Se eu tiver que deixar a casa, volto na terça feira para matá-lo”. E para mostrar que estava realmente queimado com o despejo provocado pelo vizinho, ateou fogo em seu caminhão, montou sua motoca vermelha e dobrou a serra do cajuru.
A atitude do lavrador tem certa logica… Ja que ele foi desalojado da casa que construiu no quintal do parente, tem que conseguir um outro teto. Se matar J.D., irá morar de graça no hotel do contribuinte…