Há meses venho ensaiando criar uma nova categoria no blog, para contar velhas historias de cachorros e cachorradas. Temos historias de amizade, de abandono, de maus tratos do melhor e mais fiel amigo do homem, cuja recíproca nem sempre é verdadeira.
Você já teve um cachorro ou cachorrinho, peludo, pelado, malhado, marron, preto, branco, bege…? Nunca? Nem quando era criança lá nos Coutinhos ou em Barbacena? Nunca teve um Lulu, um Campeão, uma Nala ou Nero, uma Lassie ou um simples Totó? Nunca teve um bichinho destes para recebê-lo sorridente e saltitante, abanando o rabinho quando você chega do escola, do trabalho ou da viagem? Para vigiar sua casa e avisar que chegou visita? Ou para alertá-lo de madrugada e afugentar os gatunos? Nunca teve um cachorro que enfrenta até ouriço e enche a boca de espinho para defender seu quintal? Nunca teve um cachorro amigo? Nem mesmo um amigo cachorro??? Seu caso é serio… Mas tem tratamento!!!
Cachorro é bicho bão dimais, sô!!!
Toda pessoa deveria ter um, para aprender, dentre outras coisas, duas de suma importância na vida: a viver com simplicidade, com pouca coisa, sem ostentação. Água, comida, um tapetinho e um cafuné. O cachorro nos ensina também uma coisa que ele nem sabe que existe – muito comum nos dias de hoje – mas que pode torná-lo assassino: o stress!!!
Além da água, comida, tapetinho e cafuné, a única coisa que nos preocupa no canino amigo é justamente o Stress. A partir desta semana teremos sempre uma historia de cachorro para contar aqui no blog. Não precisa ser só a minha, pode ser a sua historia também. A historia inaugural desta coluna era para ser outra, de um cãozinho covardemente abandonado na beira do estrada, pelo seu dono. No entanto, a historia do titulo acima veio a calhar, pois trata-se exatamente do Stress.
Uma senhora de 71 anos morreu após ser atacada na noite desta terça feira,10, em Lavras-MG. Ela morava sozinha com o robusto cão há 10 anos. Maria Aparecida de Lima recebeu mordidas no pescoço e foi socorrida pelos bombeiros, chamados por vizinhos que ouviram seus gritos desesperados, mas chegou sem vida ao hospital. O robusto e velho Rothweiller de bigodes brancos, já no fim da vida – cães de grande porte vivem de 9 a 11 anos – está em observação e deverá ser levado para o centro de zoonose da cidade, já que os familiares da aposentada, por questões obvias, não pretendem adotar o assassino.
E onde entra o stress? Exatamente nesta curva. Todo ser vivente, inclusive as plantas, precisa de água, comida, roupa lavada e novos ares!!! Todo animal, incluindo eu e você meu estimado leitor, se ficar muito tempo fechado em um canil, num só cômodo, num mesmo quintal ou mesmo numa só casa, vai acabar se irritando, se estressando.
Levar o bichinho de estimação para passear na rua não é fricote de madame e nem boiolagem… é cuidar da saúde mental do fiel amigo.
Se você é uma das raríssimas pessoas que nunca teve um Totó, um Lulu, Atila ou Tigrão, ainda há tempo de adotar um. O ideal é pega-lo ainda no berço, entre quatro semanas e seis, no máximo sete meses de vida, momento de ser adestrado. Criá-lo desde a infância, para acostumá-lo com seu cheiro, sua voz, suas mãos, seus cafunés.
Dona Maria Aparecida, de Lavras, fez a coisa certa, adotou o rothweiller do sobrinho ainda criança, só se descuidou de um detalhe: passear com ele para desfazer o stress.
O rothweiller de Lavras fez “cachorrada” com a dona…