Este era o tipo de tratamento corriqueiro que o lavrador Giovani Joel Pereira, 37 anos, dispensava à sua mulher Maria Fabiana Bernardes Pereira, mãe dos seus dois filhos de 5 e 9 anos, sempre que se amarrava a um pé de cana… E ele bebia com freqüência! A dona de casa viveu dez anos sob o mesmo teto que ele no Distrito Pantano dos Rosas, município de Estiva, até que ontem à noite fugiu para a casa dos pais levando os filhos imberbes e telefonou para a Policia – Quem tem um marido assim, não precisa fazer escala no purgatório para ir para o céu!
Giovani passara o dia todo ameaçando cortar o pescoço da esposa, chamando-a de “puta, biscate, aidética, prostituta. Desta noite você não passa” e outros improperios.
Quando os homens da lei chegaram puderam sentir na pele um pouco das ameaças do valentão. O ‘arco’ com o qual ele pretendia degolar e separar a cabeça do corpo da cara-metade, não foi encontrado, pois ela, aproveitando um descuido dele, havia escondido a ferramenta de cortar bananeira e roçar pastos, mas o valentão ‘escorou’ os policiais no braço. Foi preciso rolar com ele na poeira para dominá-lo e oferecer-lhe as pulseiras de prata.
Na delegacia de policia a chorosa e arranhada senhora, finalmente decidiu representar contra o marido e mandá-lo para trás das grades. Mas isso só foi possível porquê, a farmacêutica e paraplégica Maria da Penha Fernandes Maia, lutou por mais de 20 anos para que as mulheres pudessem ser protegidas dos seus maridos brucutus e sua luta virou lei em 2006.
Giovani Joel, o brucutu do ‘Pantano’ dos Rosas, foi afiançado em R$ 622 reais, mas como a algibeira estava vazia, ele foi mostrar sua valentia no Hotel do Juquinha.