O sisudo e respeitado Silvio Ramos deve estar se remexendo no tumulo…
Um pedido de socorro para um cidadão que sangrava pelo punho na manha de sexta feira na porta da residência de Jose Antonio Fernando de Azevedo Ramos, na Adalberto Ferraz, expôs sua desregrada e decadente vida à sociedade e o levou para o Hotel do Juquinha… de novo.
A informação dava conta de que um rapaz estava caido na porta da casa com o pulso cortado, resultado de uma tentativa fracassada de suicídio. Ao socorrer o jovem Sandro Alex Martins Duarte a policia quis saber o que ele fazia na porta da casa de Jose Fernando e descobriu o obvio. Ele fora ali em busca de drogas.
Vistoriando o velho casarão de esquina, os policiais encontraram em vários cômodos da casa, pequenas porções de drogas: erva maarvada, pedra bege fedorenta e farinha do capeta. Na casa estavam além do seu proprietário Jose Fernando e do morador Jose Maria, a jovem Juliana de Almeida Bernardes e os cidadãos Neviton Leonardo Gomes e Gilberto Augusto Cassiano. Eles admitiram que foram ali praticar sexo e usar drogas…!!! Segundo eles a droga fora buscada pela garota de programa conhecida por Pamela, no velho Aterrado, a qual, depois de fazer a “correria” tirara o seu quinhão em drogas e voltara para a rua.
A degradante conjuntura, ali no coração da cidade, onde outrora morou uma rica, honrada e numerosa família, sustentada pelo varão, marca a transformação sócio econômica pela qual Pouso Alegre vem passando nos últimos 40 anos.
Atualmente a sociedade se divide em classe media, media alta e alta. Antigamente eram duas as classes; pobre e rica. Eu fazia parte da primeira. Morava no Saúde e desde os dez anos, de calça curta e pés no chão, cruzava a cidade de norte a sul, de leste a oeste – que doce saudade!! – todo dia vendendo picolés, laranja, limão, raspadinha, pipoca… para ajudar criar minhas dez irmãs.
Jose Fernando, nascido dois anos antes de mim, era rico. Morava no centro. Filho de um respeitável funcionário da Coletoria Federal e de uma agradável senhora solista da igreja matriz. Não precisava trabalhar. Seu pai homem simples, serio e honrado dava conta de tudo, mesmo tendo catorze filhos. Na juventude Jose Fernando, simpático, “boa pinta”, educado descobriu a cannabis sativa de linneu. Foi um dos primeiros a distribuir a erva para a higth society de Pouso Alegre. Na escolaridade não passou do segundo grau. No trafico não passou nem do primeiro. Aliás, regrediu… Hoje aos 55 anos virou “Formiguinha”. Mal trajado, mal nutrido, mal aparentado, quando procurado pela clientela, desce a uma das centenas de “bocas” do velho Aterrado e adquire uma duas, no maximo três barangas de maconha, crack ou cocaína e empresta sua casa para o uso… e vai levando a vida. A casa que abrigou uma das mais tradicionais – e numerosas – famílias de Pouso Alegre, agora além de muquifo para uso de drogas, serve também para antro de prostituição… e eventualmente para ‘xiliques’ e tentativas de suicídio.
É pra revirar no tumulo…!!!