Traficante da Rua da Paz, perde a paz…

Caiu ontem à noite mais um pequeno distribuidor de pedra bege fedorenta na cidade de Alfenas. Aliás, cidade universitária, infestada de jovens estudantes, médicos e dentistas que amanhã estarão cuidando da saúde dos outros, hoje não cuidam nem da deles. Por outro lado a gloriosa Policia Militar de Minas Gerais está muito bem representada na cidade universitária pelo seu comandante Major Daniel Paulino. É raro o dia em que dois, três ou mais meliantes não enroscam nas malhas da lei.
…E a bola da vez foi o jovem A.R.S., 18 anos. Ele entrou no ramo de distribuição de drogas e montou seu QG num terreno baldio da Rua da Paz, no jardim Betanea. Como já é conhecido no mundo dos nóias – Eta mundinho triste, sô – ele fica de bobeira por ali numa bicicleta preta como ele à espera da clientela. De repente alguém esbarra nele e dispara;
– Aê, mano, tem brita…?
Ele sai pedalando, vai até o terreno baldio, desenterra a baranga, entrega, guarda a nota de cinco merréis na algibeira do bermudão jongolhó ou da blusa de capuz e continua por ali com pinta de somongó – não confundir com “somôngo”, que é exatamente o oposto, o que no fundo, no fundo dá no mesmo, pois o sujeito que acha que vai se dar bem na vida, destruindo a saude dos outros, é um tremendo “somôngo”  – à espera do próximo otário.
Falando em otário, A.R.S. também o é. Enquanto ele toca discretamente seu nefasto e ilícito comercio achando-se impune, amigos ocultos da lei – graças a Deus este time está aumentando – vigiam seus passos. Foi exatamente um destes amigos ocultos da lei que levou os policiais ao seu frágil QG ontem à noite. Abordado depois de alguns minutos de filmagem, A.R. tinha na algibeira  R$ 27,50 e debaixo de uma pedra no terreno baldio 08 pedras bejes e uma baranga de farinha.
O pequeno traficante da Rua da Paz desceu para a DP, sentou-se ao piano, assinou o 33 e … perdeu a paz.

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