Não se faz mais ladroes como antigamente.
Ha duas decadas, as vitimas de roubo à mao armada eram postos de gasolina – antes do advento dos cartoes magneticos. Agora um posto pode faturar trezentos mil reais num final de semana sem que os frentistas precisem pegar uma moeda – supermercados… de onde se levavam dimdim suficiente ao menos para comprar um carro novo. O alvo visado pelos meliantes nervosos e apressados de hoje são farmacias e padarias. O dinheiro arrecadado nos roubos não dá nem para o pão nosso de cada dia, mas podem comer o pão que o diabo amassou por varios anos no hotel do contribuinte.
Quando voltava do almoço para o trabalho no inicio da tarde de domingo, a jovem F. de 29 anos, reparou casualmente que um magricela espigado de cor negra, trajando calça jeans e camisa de listras brancas e pretas – deve ser corintiano – jogava conversa fora com um cidadão numa esquina perto do presidio de Caxambu. Quando ja estava absorta vendendo guloseimas na padaria da rua Dr. Enout, o mesmo magricela espigado chegou, enfiou a mao por baixo da camisa listrada, fez cara de lobo mau e disse que ia mandar bala se ela não entregasse a bufunfa. F. entregou tudo que havia no caixa… 20 reais.
A PM foi chamada e não demorou a bater na porta do assaltante de meia tijela no bairro Santa Tereza. Só que ele é mal-educado e pessimo anfitrião. Ao ouvir o toc-toc na porta, saiu em desabalada carreira, pulando muros e quintais tentando dobrar a serra do cajuru. Não foi longe. Minutos depois, com apoio de PREs, o assaltante foi localizado num local bem condizente com suas bravatas… mocosado no fundo do quintal de uma casa vizinha. Mesmo acuado ele espalhou a brasa e rolou na poeira com os homens da lei. Depois de dominado recebeu pulseiras de prata, sentou-se ao piano, assinou o 157 e foi se hopedar no hotel do contribuinte. Tudo por 20 reais…