Ela também chegou à pé, livre, leve e solta, e saiu do palácio da justiça no taxi do contribuinte direto para o Hotel do Juquinha!
Toda vez que um cidadão é preso em flagrante e sai da cadeia poucos dias ou semanas depois, é comum ele próprio e seus familiares e amigos acharem que “deu nada, não”! Que ele é inocente! Que foi perseguição da polícia – ou do jornalista! E acharem que ele não será preso novamente pelo mesmo delito. Ou suposto delito.
Ledo engano! Qualquer cidadão politizado, com um mínimo de conhecimento jurídico, sabe que a liberdade provisória, fundada na presunção da inocência, é uma previsão legal que visa resguardar a liberdade do indivíduo, até que ele seja declarado culpado numa sentença transitada em julgado. Portanto, ter a prisão flagrancial, temporária ou mesmo a preventiva relaxada, não significa um ‘relaxo’ da lei ou da justiça! Significa apenas e tão somente que o cidadão irá aguardar o julgamento em liberdade, podendo ser preso pelo mesmo motivo se for condenado, ou até mesmo antes de uma possível condenação, se o seu comportamento assim o justificar. Portanto, se você meu estimado leitor – e vou me referir ao leitor porque o blog tem centenas de leitores que fizeram alguma coisa errada no verão passado que ainda está sendo apurada – se ‘a liberdade cantou’, não cante de galo… pois você pode desafinar! A qualquer momento, em qualquer lugar, inclusive na sala de audiência do ‘palácio da justiça’, você poderá ouvir aquela frase de gelar a espinha: “Teje preso”!
Isso aconteceu – de novo – nesta quarta feira, 07, no Forum Orvietto Butti em Pouso Alegre. Quem sentiu o friozinho na espinha foi a jovem Paula Luzia de Souza Castro, 20, moradora de Congonhal. Ao sentar ao piano do mesmo Homem da Capa Preta de terça, ela soube que sua hospedagem gratuita no Hotel do Juquinha já estava garantida.
O crime que levou Paula Luzia para trás das grades foi cometido em fevereiro passado. No dia 04 daquele mês a jovem recebeu as pulseiras de prata na cidade de Congonhal. Na ocasião ela levava na guaiaca 08 barangas de farinha do capeta e outras tantas de erva ‘marvada’. Segundo a mesma, as drogas seriam comercializadas no interior e imediações da Danceteria DG na ‘capital da batata’. A sentença – cujo teor não tivemos acesso – deriva deste e de outro processo que Paula Luzia respondia em liberdade. Diferentemente do jovem Bruno Siqueira, preso em situação semelhante no mesmo local no dia anterior, Paula Luzia tem vários registros policiais desde a adolescência.
… “Pote tanto vai à fonte”…!