Rodrigão voltou para o xadrez

 

O 'quituteiro' Rodrigão e Zetinho, preparando bolos na APAC em 2010.

O ‘quituteiro’ Rodrigão e Zetinho, preparando bolos na APAC em 2010.

Dos cerca de setecentos hospedes do Hotel do Juquinha, poucos tem uma capivara tão gorda quanto Rodrigo Siécola Felicio! Sua carreira começou em 1995 na minha querida Silvianópolis, quando ele tinha 19 nos e assinou seu primeiro 155. Do furto passou para o roubo. Assinou uma dúzia de 157, 129, 121 c/c 14 e 288. Por conta de tais crimes Rodrigão passou a maior parte dos últimos vinte anos atrás das grades. Preso educado, bem comportado – ao menos em publico! – boa parte de sua cana foi paga na APAC.

Foi na Associação de Proteção aos Condenados Rodrigão aprendeu os ofícios de cozinheiro e padeiro. Já cozinhou e fez quitutes para as mais altas autoridade judiciarias do Estado incluindo o Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e até para Mario Ottoboni, fundador da Apac!

Se na Apac Rodrigão sempre soube cativar as pessoas com seus dotes culinários e seu jeito educado de bom menino, na rua ele não sabe o que fazer com a liberdade! E sempre acaba acaba fazendo cáca!

A ultima aconteceu na manha desta terça na Duque Caxias no centro de Pouso Alegre. Rodrigão entrou na loja Zacheu Embalagens, andou pra lá, andou pra cá, não comprou nada, mas saiu levando um produto da loja debaixo da camisa… Pasmem! Um reles litro de Rum Montilla… De vinte e poucos reais!

 

Rodrigo Siécola no Hotel do Juquinha.

Rodrigo Siécola no Hotel do Juquinha.

Ao perceber a sorrateirice do Rodrigão, acusada pelo alarme antifurto, o próprio comerciante saiu pelas ruas da cidade seguindo o meliante mão leve e sua garrafa de bebida caribenha. Enquanto seguia o meliante e a res furtiva, ele ia passando sua rota para os homens da lei.

Rodrigo Siécola foi abordado na Avenida Vereador Antônio da Costa Rios, a poucos quarteirões de sua casa. Além da garrafa com figura de pirata, Rodrigão levava consigo um frasco de desodorante Rexona e uma camisa regata, produtos estes furtados na Loja Super Magazine!

Depois de sentar ao piano e assinar o enésimo delito da carreira, lá foi de volta para o xadrez nosso querido Rodrigão! Querido sim! E impossível não gostar e não querer o bem do Rodrigão! O cara, quando está privado da liberdade, é simpático, humilde, atencioso, esforçado… É um mestre cuca e padeiro de mão cheia!

O seu problema é não saber o que fazer com essa ‘tal de liberdade’…!

 

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