Vinte anos de cana para soldado que matou contador

O crime aconteceu na noite do dia 27 de setembro de 2010 no bairro Colinas de Santa Barbara…

 

Foi preso – pela segunda vez – no final da tarde desta quarta, 15, o ex-soldado do exercito, Allyson Douglas Gouveia, no portão de sua casa no Cidade Jardim. Ele foi condenado a 20 anos de cana pelo assassinato do contador Dimas Bueno, com quem tinha um relacionamento homossexual, no interior de sua residência em setembro de 2010.

O jovem de 19 anos, na época prestando o serviço militar obrigatório, no 14º GAC, durante o interrogatório contou que conhecera o contador nas baladas e passou a ter com ele freqüentes encontros em locais públicos e em sua casa. Segundo Allyson, Dimas era homossexual e costumava dar presentes e pequenas quantias em dinheiro após as relações sexuais…

– Naquela noite eu fui à casa dele com um amigo, pois estava precisando de dinheiro. Ele disse que me emprestaria o dinheiro desde que ele fosse o… ‘agente ativo’. Eu não topei. Nós discutimos, brigamos, eu bati com uma banqueta na cabeça dele, arrastei para o quarto e deixei lá, pensando que ele estava desmaiado. Só no outro dia quando a policia foi me prender no quartel eu fiquei sabendo que ele havia morrido – contou o soldado raso ao delegado de Homicídios Gilson Baldassari, na ocasião.

Depois de deixar o contador agonizante no quarto, Allyson e o soldado Eduardo pegaram seu cartão bancario, alguns objetos de uso domestico, a chave do VW Fox de Dimas e foram para a balada. Fizeram a festa com seu cartão de credito na boate da Neidinha até a madrugada. Mais tarde abandonaram o Fox perto da Faculdade de Direito e voltaram de manhazinha para o quartel.

Chamados por vizinhos que ouviram parte da balburdia do inicio da noite e familiares que estranharam seu silencio ao telefone, a policia militar compareceu ao local e constatou o crime.

Allyson e o amigo Eduardo foram presos menos de doze horas após o crime. No entanto, viram o sol nascer quadrado apenas durante 30 dias, o tempo que durou o processo de desligamento do exercito brasileiro.

Nestes quase dois anos desde o fútil crime do Colinas de Santa Barbara,  Allyson voltou à rotina normal de qualquer cidadão. Constituiu família e atualmente vinha trabalhando como peão na obra de construção do Shopping SerraSul.

Ontem pela manhã, ao receber o telefonema do advogado informando sua sentença, abandonou o serviço e saiu sem rumo. Depois foi para casa no bairro Cidade Jardim, preparar a mala para fugir.

Para chegar até ele, os detetives Diego e Vladimir tiveram que usar sutileza e astucia. Primeiro visitaram o canteiro de obras do shopping, foram apresentados à quase uma dúzia de “Allyson’s”, mas nenhum deles era o ‘Douglas Gouveia’. Passaram o resto da tarde à espreita até constatar que ele estava mocosado em casa.

Disfarçados de funcionários da empresa construtora, bateram à sua porta. Aliás, Vladimir, que embora veterano na policia, trabalhava em outra cidade e é portanto, pouco conhecido, bateu à sua porta, querendo saber porque ele abandonara o emprego no meio da manhã. Antes que ele explicasse, Diego, que ficara atrás do muro, apresentou-lhe as pulseiras de prata. Tudo resolvido? Não!O momento mais tenso ainda estava por vir.

Devidamente dominado e algemado no portão de casa, o assassino do Colinas pediu para se despedir da família, ao menos dos filhinhos que dormiam no berço. Sem saber as reais intenções do homicida e o que os esperava dentro da casa, os policiais tiveram que consultar o oráculo!!! Com uma condenação de vinte anos pela frente… Como não permitir aquele que poderia ser seu ultimo desejo?!?! Em suspense adentraram a casinha simples e foram diretos ao quarto singelo onde as crianças dormiam. Houve choro… Talvez pressentindo a dura e longa separação, os bebezinhos gêmeos de 1 ano espreguiçaram… e choraram. Naquela noite de 27 de setembro de 2010, os familiares do contador, cujas preferências e envolvimentos sexuais desconheciam, também choraram!!!…

Allyson Douglas Gouveia foi condenado por latrocínio, cuja pena varia de 20 a 30 anos, por ter levado os bens da vitima depois de matá-la. Ainda que não tivesse furtado, o motivo fútil seria suficiente para qualificar o homicídio e garantir de 12 a 30 anos. Ele já está morando no Hotel do Juquinha. Eduardo, seu parceiro naquela trágica… e festiva noite de orgia, está morando em Machado. Mas a batata está assando pra ele…

0 thoughts on “Vinte anos de cana para soldado que matou contador

    • Obrigado Jose Carlos,
      Com a globalização e informatização de dados e informações, atualmente é muito dificil “passar batido”. Ainda que o Eduardo não seja encontrado onde for procurado, a qualquer momento poderá enroscar nas malhas da lei…
      Abraços.

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