Defunto sai do tumulo para provar que está vivo

Seu corpo foi reconhecido pelos parentes, velado e enterrado no cemiterio. No dia seguinte ele chegou de viagem….

        Você já comprou alguma rede, chapéu, cuia, ou outro artesanato qualquer de um caixeiro viajante cearense, desses que andam em turma por aí…? Não? Você pode estar negociando com um fantasma!!! Pode ser que ele esteja morto e enterrado em sua terra natal!!!

Foi o que aconteceu com Antonio Rodrigues, hoje com 43 anos. Ao chegar de suas andanças pelo interior do estado, Antonio Rodrigues recebeu uma noticia inusitada:

– Ué, o que você está fazendo aqui em pé? Você morreu. Nós enterramos seu caixão no cemitério da cidade ontem a tarde!!! – Disse a ex-mulher

Esta historia escabrosa aconteceu no mês de fevereiro de 2009 em Canindé na região central do Ceará. Um corpo sem identificação foi encontrado em Maranguape, na região metropolitana da capital e dado como sendo de Antonio Rodrigues. Levado para Canindé, sua ex-esposa reconheceu o corpo como sendo do ex-marido, caixeiro viajante. A policia civil então liberou o corpo, o cartório emitiu certidão de óbito, ele teve velório e foi sepultado no cemitério da cidade com todas as formalidades e honras que um filho de Deus tem direito.

Se a ex-mulher ficou pasmada com a aparição do caixeiro vivinho da silva, muito mais pasmadas ficam as pessoas que tomam conhecimento do fato.

– Como pode uma pessoa viver vinte anos com outra e não reconhecer o próprio marido ? – diz um.

– Ela disse que os parentes dele já haviam identificado o corpo…- Diz outro

– Mas num é pussíve que tu ta vivo, homi… Antonti mesmo eu enterrei seu corpo geladinho nesta cova… Ressuscitou, foi!!! – Pasma o coveiro que o desceu à terra.

Antonio Rodrigues visitando o tumulo onde ‘está enterrado’

A situação além de inusitada e hilária, é bastante complicada, pois até hoje, tres anos depois, o caixeiro Antonio Rodrigues não conseguiu provar para a burocracia que está vivo…

– Oxente, num agüento mais isso, não!! Aonde eu chego sou um morto-vivo…!!!

O presidente da OAB-CE aconselha Antonio a entrar com ação na Vara de Registros Públicos da capital ou mesmo de Canindé, pedindo a anulação da sua certidão de óbito e pode inclusive exigir indenização de quem o ‘matou’ formalmente para a sociedade.

Enquanto o caixeiro viajante luta para desfazer o engano – que não cometeu – e provar que está vivo, a policia cearense coça os cabelos para descobrir quem está enterrado no seu tumulo.

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