Ao pé da noite do dia 20 de junho do ano passado, atendendo denuncia de amigos ocultos da lei, uma dupla de policiais abordou a dupla de Yasmim Monteiro Betti e Ezequiel Pereira Martins defronte um terreno baldio na badalada Rua Oscar Dantas, no velho Aterrado. Eles estavam ali à espera de clientes para seu concorrido mercado. Mas não tinham nada nas algibeiras. A droga, 30 barangas de farinha do capeta estava enterrada no terreno baldio. Na casa de Yasmim havia mais 18 pedras beges fedorentas. A dupla esperneou o quanto pode na justiça e no final de dezembro o homem da capa preta concluiu que a droga encontrada no terreno baldio podia ser de qualquer um. Por isso absolveu Ezequiel Pereira Martins. Com o mesmo argumento inocentou a jovem pela farinha enterrada no terreno.
Mas Yasmim, figurinha carimbada no álbum da policia, não ficou sem chumbo. Apesar de alegar que as pedras encontradas em sua casa eram para uso próprio, Yasmim Betti foi condenada a 1 ano e 8 meses de reclusão. Ficou barato…
Peso muito maior nas costas, recebeu a dupla Eliel Moises Romeiro e Benedito Augusto Esteves da Silva Peixoto. Os dois eram ‘mulas’ do traficante GÔ, morto numa operação da policia civil em 2007 – “Meninos que vi crescer; Gô e as cinco toneladas de maconha” publicado há três meses neste blog – Eliel e Benê foram presos pela PC no terminal rodoviário de Pouso Alegre no dia 10 de outubro de 2007.
Foi uma operação inteligente e sutil comandada pelo delegado Gilson Baldassari. Eliel saboreava um pastelzinho de farinha de milho com guaraná Jota Efe numa barraquinha enquanto esperava a chegada do mula Benê, com a encomenda que vinha de São Tomé das Letras – Eu sabia que lá era local de consumo, não de distribuição de drogas! – quando o detetive Balca se aproximou e ofereceu para pagar a conta.
Benedito Augusto desceu sorrateiro do ônibus da Gardênia, sacou a listinha de contatos do bolso, tirou o fone do orelhão e quando ia ligar para Eliel, recebeu as pulseiras de porta do detetive Teobaldo. As duas malas de viagem que trazia estavam recheadas de erva do capeta… 29 tijolos, 25 quilos para abastecer o mercado manduano.
Eliel Moises recebeu pena branda e já pagou quase tudo. Atualmente está em liberdade condicional. Benedito Augusto, mula profissional, foi mais esperto. Será?? Dias depois de assinar o 33, abandonou a hospedagem do velho Hotel da Silvestre Ferraz e dobrou a serra do cajuru. Respirou o ar puro da liberdade até o dia 02 de junho de 2010, quando tropeçou novamente nas malhas da lei na cidade São Jose dos Campos, onde continua hospedado até o momento.
A fuga de Benedito Augusto do velho hotel da Silvestre Ferraz é considerada um ‘passe de mágica’ e continua um mistério insolúvel até hoje. Nem ‘Mister M’ explica. Poucos dias depois de alojar-se no asqueroso e superlotado presido, notaram que ele não estava mais lá. Ninguém sabe se ele saiu pela porta da frente, se criou asas, se evaporou, se saiu no meio dos visitantes semanais ou se foi teletransportado num disco voador!!! Simplesmente, um belo dia notaram que ele não estava mais lá…
Tomou cinco anos e meio de cana pelo transporte da droga de São Tomé das Letras para Pouso Alegre!! Pela mágica ou esperteza na fuga, deveria ter sido absolvido… Ou se subornou um ‘camareiro’ do velho hotel, deveria tomar mais uns dois anos de cana juntamente com o traidor da classe. Jamais saberemos como ele fugiu…