Ao passar pela rua Cel. Campos do Amaral, no centro da cidade, no domingo pela manhã o jovem Paulo Roberto Bernardes Neto, 18 anos ouviu duas vizinhas comentando na beira da rua:
-… Eles estão brigando por ciúmes…
O jovem se fez de surdo e seguiu seu caminho, afinal, para quem acabava de sair da missa, envolver-se em briga alheia não seria sensato. Antes de chegar à da Coelho Junior, no entanto, ouviu gritos desesperados de socorro. Ao olhar para tras, viu um homem em cima de uma mulher com uma faca na mão, tentando furar sua garganta. Agora era com ele. Não poderia assistir passivamente a um assassinato, sem intervir. Voltou rapidamente ao funesto local e impediu que o homem consumasse seu tenebroso ato.
Ao ser surpreendido pelo jovem, Marcelo Aparecido Rodrigues desistiu de matar a amasia a golpes de faca, saiu correndo e atirou a arma branca no mato. Percebendo que a mulher estava com o pescoço sangrando, Paulo Roberto acionou os Bombeiros e saiu em perseguição ao frustrado assassino. Alcançou-o, segurou-o e o entregou para a policia.
Graças à intervenção do jovem, Jeovana Maris da Silva sofreu apenas cortes superficiais no pescoço e nas mãos. Esta manhã, depois de medicada no PS do Regional Samuel Libanio, ela recebeu alta e foi se convalescer das feridas do corpo … e da alma, na casa dos pais no Velho Aterrado.
Marcelo A. Rodrigues, que quase somou um 121 no seu currículo, tem 36 anos, está na caminhada criminosa há quase quinze. Ele já assinou 21, 63, 129, 155 e 157. Atualmente estava em liberdade condicional, mas deixou de cumprir determinações do homem da capa preta por isso estava “pedido” pela justiça. Depois de sentar-se ao piano e assinar o 121 c/c 14 do CP, Marcelo voltou a se hospedar no Hotel do Juquinha.
O que ressalta nesta matéria é a coragem e a determinação do jovem que além de evitar o crime maior, ainda prendeu o meliante, coisa rara de se ver nos dias atuais, onde as pessoas fecham os olhos para todo tipo de violência na sociedade. A lei diz; “… Qualquer cidadão ‘pode’ prender o meliante em flagrante… a policia ‘deve’ prendê-lo”. Embora o garotão, filho de policial militar mereça sua medalha de herói, é sempre sensato e salutar advertir… – ainda que em tom jocoso – “não tente fazer isso em casa…”