Dimenor também vai em cana

Era uma daquelas intermináveis madrugadas quando o cliente chegou ao posto de combustíveis do Chapadão, à duzentos metros do quartel da PM. Chegou a pé, usando uma bermuda larga estilo ‘mano’, puxou o capuz a da blusa igualmente larga para esconder a cara feia, enfiou uma mão por baixo da blusa e sem delongas foi ameaçando;
– Eu estou armado… passa logo a bufunfa senão te mato!!!
O frentista Jorge Ferreira, que estava quase cochilando encostado na bomba, nem pensou em pedir para ver o calibre do trabuco – e se pedisse não veria nada, pois o ratão da madrugada estava tão armado quanto eu e você agora – foi logo entregando a féria da noite. Nem sabe quanto era…
Quando o gatuno se afastou na penumbra da madrugada, chacoalhando o corpanzil de capoeirista funkeiro, Jorge comunicou o colega que estava no escritório e chamaram os homens da lei. Pela descrição do assaltante pé de chinelo, não foi difícil para os policiais deduzir sua identidade. Trata-se de Leandro Rodrigues dos Santos vulgo “Dimenor”. Mas de menor ele só tem o apelido, que ganhou quando realmente era inimputável. Agora ele tem 21 aninhos e lugar cativo no álbum da policia. O marmanjão foi localizado meia hora depois no bairro Colina Verde e ao ver os homens da lei embrenhou-se num matagal. Tropeçou nas malhas da lei e caiu com 382 reais roubados do frentista… com o dedo debaixo da blusa.    Armado ou não Dimenor sentou-se ao piano, assinou o 157 e foi se hospedar no hotel do Juquinha…

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