A medica Tatiana T. K. de Matos começou suas atividades mais cedo nesta quinta feira, meia hora antes de chegar ao seu posto de trabalho no ESF do São Geraldo. Começou como socorrista de estrada entrando literalmente no caminhão tombado para retirar o motorista com a perna quebrada, no trevo de Santa Rita…
O caminhoneiro Rodrigo, de Aguas de Lindoia, passava pelo trevo da capital do Vale da Eletronica conduzindo seu caminhão VW carregado com cimento, levando para Socorro-SP, quando de repente cochilou ao volante, bateu na guia do canteiro central, perdeu o controle e tombou na pista contraria. Sua perna ficou presa entre o painel e o volante enquanto o motor ligado esquichava oleo diesel para todo lado, com risco de incendio ou explosão.
Acostumada a prestar socorro voluntario, especialmente neste trecho da BR 459, Tatiana que vinha metros atras não teve duvidas, arregaçou as mangas literalmente, arrebentou o parabrisas no salto da sandalia e entrou na cabine retorcida para desligar o motor e retirar o motorista, que chorava a perda do caminhão, cujas prestações ainda está pagando. Além da perna Rodrigo pode ter sofrido fratura também no ombro. Eu tomava café quando ela chegou esbaforida em casa para trocar a roupa cheia de cimento e oleo diesel.
Rodrigo contou que meia hora atras havia revesado a direção com o colega que viajava ao lado, mesmo assim deve ter cochilado e perdido o controle do bruto na curva da Estação depois do trevo. Seu parceiro de viagem teve apenas escoriações.
Socorros como o desta manhã tem se tornado rotina no trecho entre Pouso Alegre/Santa Rita, afinal, medico tem por juramento, o dever de ser o primeiro a tentar salvar a vida do proximo. Um destes episodios virou historia de assombração. No final de agosto de 2007 a jovem medica sofreu uma embolia pulmonar em decorrencia do Lupus e virou paciente. Saimos do hospital de Santa Rita na UTI movel e fomos nos hospedar por uma semana no hospital Santa Helena em São Paulo. O quadro era grave e alguns colegas de trabalho achavam que Tatiana somente voltaria a atender seus pacientes em ‘outro plano’. Não tardou correu o boato de que ela havia morrido. Voltamos no domingo 3 de setembro e na terça à noite, quando seguiamos para comemorar o aniversario do Julio, meu sogro, em Pouso Alegre presenciamos o atropelamento de um garoto na reta da Moore. A ambulancia do hospital chegou em minutos e antes que o motorista “Ditão” desligasse o motor, Tatiana abriu a porta trazeira, entrou e foi revirando compartimentos à procura de luvas e equipamentos de primeiros socorros. O vento encostou a porta e quando Ditão abriu e viu aquela figura esguia, toda de preto, que ele julgava morta e enterrada, remexendo os compartimentos no interior da ambulancia, quase caiu duro para tras… viu um fantasma. De preto que é ficou branco como a neve. Quase foi necessario trazê-lo na maca para o hospital.
Bem, assombração à parte, o cochilo do motorista Rodrigo, de Aguas de Lindoia, além das luxaçoes e fraturas sem gravidade na perna e ombro e da fratura no ‘bolso’, causou lentidão e engarrafamento do transito desde o trevo até o outro lado da Serrinha na manhã desta ensolarada quinta feira vespera de natal. As onze e meia da manha ainda havia caminhões e caminhonetes no local tentando aproveitar os sacos rasgados de cimento que ficaram espalhados na pista …
He Tati!!!!! mulher desteminada e determinada. mas a cima de tudo , vc é todo coração. Não mediu consequencias, mesmo correndo risco que o caminhão encendiasse. Valeu TATI TELLES